Surpresa com Caged não atrapalha queda de juros
Geração de postos de trabalho acima do esperado surpreendeu, mas não assustou
O esperado número do mercado de trabalho foi bem absorvido pelos investidores. No mercado financeiro, havia uma expectativa de que um número muito forte na geração de empregos provocasse uma revisão nas expectativas para a taxa básica de juros, a Selic.
O anúncio de pouco mais de 300 mil vagas criadas, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), no entanto, não assustou. Apesar de as expectativas apontarem para 236 mil vagas em fevereiro (bem abaixo do número real, portanto), o efeito na curva futura de juros foi bastante comedido.
O número superou em mais de 53 mil as vagas geradas nos dois primeiros meses de 2023 e, em mais de 137 mil, os postos gerados no mês anterior.
Na avaliação dos investidores, aparentemente, apesar dos dados mais fortes, por enquanto, o dinamismo do mercado de trabalho não deve atrapalhar as quedas da Selic previstas para acontecer nas próximas reuniões.
Logo após o anúncio, as taxas de juros futuros ficaram praticamente estáveis, com leve queda de um ponto base (0,01 ponto percentual) nos vencimentos de até dois anos.
A dúvida sobre a reação do mercado financeiro aos números de emprego foi causada pela menção na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada na terça-feira, 26, de que o dinamismo do mercado de trabalho poderia estar dificultando a queda da inflação.
“O Comitê se deteve em profundidade na discussão do mercado de trabalho e avalia que os aumentos salariais no período corrente podem estar ligados, em alguma medida, a pressões no mercado de trabalho (…) Em sua análise, o Comitê demonstrou maior preocupação com possíveis efeitos da ampliação de ganhos reais no período mais recente e da aceleração de crescimento observada nos dados referentes à massa salarial sobre a dinâmica prospectiva da inflação de serviços“, afirmou o Banco Central na ata do Copom.
Às 16h10, a precificação da curva futura de juros para a Selic terminal (o patamar em que o ciclo de cortes se encerra) estava praticamente no mesmo nível do fechamento de terça-feira, 26, 9,75% ao ano.
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