Sob Lula, Itamaraty advoga para assassinos Sob Lula, Itamaraty advoga para assassinos
O Antagonista

Sob Lula, Itamaraty advoga para assassinos

avatar
Carlos Graieb
3 minutos de leitura 02.04.2024 17:44 comentários
Análise

Sob Lula, Itamaraty advoga para assassinos

Presidente trabalhar para desmontar um dos poucos mecanismos de dissuasão de que o mundo dispõe contra perpetradores dos piores crimes

avatar
Carlos Graieb
3 minutos de leitura 02.04.2024 17:44 comentários 0
Sob Lula, Itamaraty advoga para assassinos
Lula, Mauro Vieira e Celso Amorim. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Lula vive dizendo que é preciso mudar “o modelo vigente de governança global”, porque “as instituições multilaterais faliram”. Mas o que faz o presidente quando as decisões de um organismo internacional vão contra os seus interesses? Busca um jeito de enfraquecê-lo, é claro. 

Lula transformou o Itamaraty em escritório de advocacia de todos os tiranos que atropelaram os direitos humanos nas duas últimas décadas. Pôs a diplomacia brasileira a serviço de açougueiros que planejam e executam as piores atrocidades mundo afora.  

E para quê? Para que possa estender o tapete vermelho a Vladimir Putin na reunião do G20 que acontece no fim deste ano, no Rio de Janeiro. 

Putin

Putin tem contra ele um mandado de prisão por crimes de guerra, expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Se o gângster russo pisar em um país signatário do tratado que rege o TPI, como é o caso do Brasil, esse país está obrigado a fazer valer a ordem de detenção. 

Como sabe o leitor do Antagonista, Lula quer fugir desse dever. Por isso, mandou seus diplomatas encaminharem ao Conselho de Direito Internacional da ONU o argumento de que, se um país não reconhece o TPI, seus representantes não poderiam ser atingidos por mandados do tribunal quando em viagens internacionais. Sendo esse o caso da Rússia, Putin estaria imune. 

É importante insistir nesse ponto: em razão de um interesse transitório e mesquinho de Lula, o Brasil quer facilitar a vida de quem comete ou autoriza a execução de assassinatos em massa, estupros coletivos, rapto de crianças, tortura, alistamento de soldados infantis e gentilezas que tais. Esse é o tipo de crime julgado pelo TPI. 

Viagens pelo mundo

Segundo o parecer da diplomacia lulista, liberar “agentes estatais” para viagens pelo mundo, mesmo quando suspeitos de perversidades como essas, é fundamental “para promover entendimentos pacíficos de disputas internacionais e relações amigáveis entre os Estados, inclusive na medida em que permite que funcionários de Estados participem em conferências internacionais e missões em países estrangeiros”

Acredite se quiser. 

A beleza, digamos assim, do TPI é que ele julga pessoas, em vez de Estados. Justamente em razão da ineficácia de órgãos multilaterais como o Conselho de Segurança da ONU, criou-se um tribunal internacional capaz de mirar, individualmente, facínoras que se converteram em chefes de governo ou ocupam alguma outra posição de mando.  Isso não impede país nenhum, como um todo, de se engajar na política internacional.

Enfraquecimento do TPI

Diante da perversidade demonstrada por alguns dos alvos do TPI, como Putin, Muamar Kadafi (o ditador líbio) e Omar Al-Bashir (perpetrador de um genocídio no Sudão), limitar a liberdade dessa gente de passear pelo mundo é um preço irrisório. Mas Lula quer livrá-los até mesmo desse constrangimento. 

Tenho repetido que a política externa é um aspecto verdadeiramente asqueroso do governo Lula. Mas desta vez ele se superou. Em meio a todo o lero-lero hipócrita sobre “fortalecer a governança global” e “promover a paz”, ele se volta a desmontar um dos poucos mecanismos de dissuasão de que o mundo dispõe contra Putin e companhia. 

E para isso o chefão petista instrumentaliza o Itamaraty.

Esportes

São Paulo e Palmeiras fazem jogo tenso e ficam no empate

29.04.2024 22:49 2 minutos de leitura
Visualizar

CBF explica em CPI da Manipulação do Futebol como monitora casos suspeitos

Visualizar

TSE multa Lula em R$ 250 mil

Visualizar

A crítica de Seinfeld à esquerda

Visualizar

STF e empresários: promiscuidade fora do Brasil

Visualizar

ANAF pede banimento de Jailson Freitas do futebol por interferência em Bahia e Grêmio

Visualizar

Tags relacionadas

diplomacia governo Lula 3 Itamaraty Lula Tribunal Penal Internacional Vladimir Putin
< Notícia Anterior

Padre Marcelo Rossi processa jornalista que disse que sua casa valia 18 milhões

02.04.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

No Recife, Marília Arraes anuncia apoio a João Campos

02.04.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

A diferença entre paixão e voto

A diferença entre paixão e voto

Carlos Graieb
29.04.2024 18:27 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Lula vai agradar Gilmar e Moraes de novo?

Lula vai agradar Gilmar e Moraes de novo?

Felipe Moura Brasil
29.04.2024 12:02 6 minutos de leitura
Visualizar notícia
O dia em que Elon Musk e o STF farão as pazes

O dia em que Elon Musk e o STF farão as pazes

Carlos Graieb
29.04.2024 11:23 4 minutos de leitura
Visualizar notícia
Governo Lula melhorou a comunicação até demais

Governo Lula melhorou a comunicação até demais

Rodolfo Borges
28.04.2024 09:53 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.