Sinwar na UFC: defensores do Hamas invadem debate sobre Israel
A ignominiosa, desavergonhada e imoral apologia que a extrema esquerda tem feito dos terroristas do Hamas é algo que atinge um grau de abjeção quase insuportável
Há determinados absurdos que não podemos apenas noticiar. Precisamos nos posicionar firmemente, com clareza. Não é de hoje que denuncio a intolerância ideológica dentro das universidades, até porque já fui vítima dela. Mas a ignominiosa, desavergonhada e imoral apologia que a extrema esquerda tem feito dos terroristas do Hamas é algo que atinge um grau de abjeção quase insuportável.
O que aconteceu no dia 30 de outubro na Universidade Federal do Ceará (UFC) causa-me uma indignação com tonalidade pessoal, porque sou cearense. E também porque o evento – que aconteceu a poucos quilômetros da minha casa – junta duas coisas que venho confrontando fortemente: o fanatismo intolerante dos militantes que cooptaram há tempos as ditas ciências humanas e a onda de antissemitismo de esquerda que cresce no mundo desde o famigerado pogrom de 7 de outubro de 2023 contra inocentes civis israelenses.
Pois bem, a notícia é que uma palestra sobre o conflito palestino-israelense, realizada no campis Benfica da UFC, em Fortaleza, na noite do dia 30, “terminou em tumulto”.
Mas dizer apenas que “terminou em tumulto” é eufemismo. A verdade é que militantes fanáticos de extrema esquerda – que não admitem que em uma mesa de debate sobre Israel e Palestina haja alguém que defenda Israel – invadiram o local com seus gritos histéricos costumeiros, com bandeiras da Palestina, faixas com palavras de ordem, megafone e um enorme cartaz do maldito terrorista sanguinário Sinwar, recentemente eliminado pelas Forças de Defesa de Israel.
O grupo de delinquentes covardes, fanáticos e intolerantes se articulou nas redes sociais para sabotar o debate porque dele participava o professor Matheus Alexandre, membro da StandWithUs Brasil, mas também membro do Laboratório de Estudos do Oriente Médio (LEOM) e doutorando na UFC.
Matheus Alexandre tem sido muito atuante nas redes sociais em defesa do povo judeu e no combate ao antissemitismo, sendo importante destacar que uma de suas últimas postagens antes do ocorrido dizia o seguinte:
“Uma verdade incômoda para muitos: um Estado judeu democrático só será viável com a existência de um Estado palestino. Como poderemos sustentar a ideia de um Estado judeu e democrático se o projeto da ´Grande Israel´ for bem sucedido? Um Estado de Israel que se estenda do rio ao mar resultaria em uma maioria árabe, e a única maneira de preservar o caráter judaico do Estado seria renunciando à democracia – o que significaria o fim do próprio sionismo. É isso que desejamos?”
Vê-se, pois, claramente, que o palestrante em questão confronta posições mais fundamentalistas e extremistas do lado judeu e coloca-se claramente a favor da solução dos dois Estados.
A despeito disso, as paquitas do Hamas impediram a palestra alegando que o debate colocava “Israel como vítima”, negando a”realidade” e atacando o “caráter científico que deve ter as universidades públicas”.
Vejam a que ponto chegou a loucura! Científico seria defender os terroristas que invadiram Israel, estupraram mulheres, queimaram famílias, metralharam jovens e degolaram bebês? Só se for a ciência do mal.
Nota de repúdio da StandWithUs Brasil
A StandWithUs Brasil emitiu uma nota repudiando o ocorrido. Transcrevemos a nota aqui:
“Ontem (30), um evento realizado no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) objetivava discutir o conflito israelo-palestino. No entanto, a programação foi interrompida por manifestantes de extrema-esquerda que apoiavam o Hamas.
Um dos palestrantes era o professor Matheus Alexandre, da StandWithUs Brasil, que também é membro do Laboratório de Estudos do Oriente Médio (LEOM) e doutorando na UFC. Além dele, compunham a mesa do debate o professor Jawdat Abu-El-Haj (UFC), de origem palestina, o professor Fábio Gentile (UFC) e o professor Michel Gherman (UFRJ).
Os manifestantes estavam mascarados e usavam um cartaz em homenagem a Yahya Sinwar, líder do Hamas eliminado neste mês e responsável pelo ataque de 7 de Outubro no sul de Israel. Durante o protesto, tomaram o microfone e iniciaram uma série de provocações, desqualificando os integrantes da mesa.
O grupo chamou o massacre feito pelo Hamas em outubro de “Dilúvio Al-Aqsa” e o classificou como ato de “resistência”. Com gritos e empurrões, os manifestantes silenciaram qualquer tentativa de diálogo, repetindo frases como “não há debate com o sionismo”.
Essa atitude ameaça a liberdade acadêmica e compromete o ambiente plural das universidades públicas, que devem promover diálogo e pensamento crítico, não violência e intolerância. A universidade precisa ser um espaço de pluralidade, livre de ideologias autoritárias. Comportamentos extremistas como este, que tentam silenciar e impor violência, põem em risco essa essência democrática”.
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Comentários (1)
Washington
02.11.2024 09:38Respaldo totalmente o comentário de Bernardo. É preciso mesmo muita coragem para enfrentar fanáticos.