Sai Silvio Santos. Entra Elon Musk
A comunicação empobreceu. O jornalismo empobreceu. As novas formas cabem dentro de um smartphone e têm a profundidade de um pires
Após 12 anos como executivo em uma multinacional alemã e depois mais quase 25 anos como empresário, finalmente, há oito anos, me encontrei e me realizei profissionalmente, na comunicação. Estar no O Antagonista é prova disso.
Não sei de onde me veio tamanha predileção pelo setor, mas intuo que uma infância e uma adolescência tão ricas em comunicadores esplêndidos como Chacrinha, Flávio Cavalcanti, Cid Moreira, Faustão e o maior de todos, Silvio Santos, tenham influenciado.
A internet e as redes sociais são, sem sombra de dúvida, duas das mais espetaculares criações humanas. Equiparo-as à máquina a vapor, à revolução industrial e à energia elétrica. E também à aviação e aos microcomputadores – precursores da informática moderna.
Lado A e lado B
Mas, como tudo e todas as grandes invenções, há o lado negativo. A chamada comunicação tradicional – jornalismo incluído – vem sendo cada vez mais substituída por plataformas digitais e por comunicadores, digamos, alternativos.
Saíram – e morreram – meus ídolos acima e entraram, por exemplo, Cazé, Felipe Neto, Monark e outros influencers que atraem mais audiência que muitos dos veículos de comunicação tradicionais (juntos, às vezes). Se bom, ou ruim, eu não sei.
Silvio Santos foi e será sempre um monstro sagrado da comunicação brasileira. Foi e será sempre o gênio por trás de mudanças tão relevantes quanto as que a internet traz hoje. Silvio foi, para a TV brasileira, o que Zuckerberg é para o mundo das redes sociais.
Valeu, Silvio
A comunicação empobreceu muito. O jornalismo empobreceu muito. As novas formas, que cabem dentro de um smartphone e têm a profundidade de um pires, são causas e consequências da sociedade que temos no mundo atual. De novo: se bom, ou ruim, não sei.
Envelhecer é se despedir aos poucos, dia após dia, de tudo e de todos. A cada Jô, a cada Glória, a cada Pelé, a cada Silvio que deixa o mundo, um pedaço de mim e de minha geração vai embora. “Every time you go away. You take a piece of me with you” (Paul Young).
Resta-me, assim, com cada vez mais raras exceções, a mediocridade de Elon Musk. O do X, claro, porque o empreendedor visionário… é genial.
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