Red Bull em apuros na F1
A equipe Red Bull anunciou uma troca de pilotos que pegou alguns de surpresa: Liam Lawson foi substituído por Yuki Tsunoda.

A equipe Red Bull de Fórmula 1 anunciou uma troca de pilotos que pegou alguns de surpresa: Liam Lawson, após apenas duas corridas, foi substituído por Yuki Tsunoda. A decisão, classificada como “brutal” por alguns, reflete o estilo impiedoso da equipe no gerenciamento de seus talentos.
No entanto, quem mais sai perdendo nessa história não é tanto Lawson, quem sim, sai com sua imagem bastante abalada pela dispensa em tempo recorde, nem Tsunoda, que agora corre um risco enorme se não mostrar resultado muito melhores, mas a própria Red Bull.
A troca expõe uma falha recorrente no planejamento da equipe: a falta de paciência e visão de longo prazo. Lawson, com apenas 11 corridas na Fórmula 1 antes de sua promoção, mal teve tempo de mostrar seu potencial.
Substituí-lo tão cedo por Tsunoda, um piloto mais experiente, que está em boa fase, mas que já teve altos e baixos na carreira, escancara um estilo de gestão reativa, não estratégica. A Red Bull parece mais preocupada em apagar os incêndios que ela mesma cria do que em construir uma base sólida para o futuro.
O maior prejuízo está, portanto, na credibilidade e no desenvolvimento de pilotos. A equipe é conhecida por sua academia de talentos, mas ainda mais conhecidas são decisões como essa, que queimam jovens promessas e geram desconfiança.
Lawson, que poderia ter se tornado um ativo valioso com mais apoio, agora carrega o peso de um fracasso que não foi inteiramente seu, já que o carro é notoriamente desequilibrado, ainda que Max Verstappen saiba lidar melhor com isso, mesmo reconhecendo os problemas do carro.
Além disso, a Red Bull perde em consistência. Trocar pilotos tão rapidamente mina a harmonia interna e a confiança dos patrocinadores, que esperam resultados estáveis de uma equipe que já não se mostra dominante.
A ironia é que a eles, ao tentarem corrigir um suposto erro com Lawson, podem estar criando um problema maior. Tsunoda precisa de tempo para se adaptar ao carro que nunca pilotou e à pressão, algo que a Red Bull parece relutante em oferecer.
Se Yuki não entregar resultados imediatos, o que impede outra troca precipitada? Talvez a falta de candidatos, pois quem seria o incauto em outra equipe disposto a subir no cadafalso que se tornou o segundo carro da Red Bull, já que eles mesmos não têm mais pilotos minimamente experientes sob seu guarda-chuva? No fim, a Red Bull não só moe talentos e reputações como enfraquece sua própria estrutura.
De toda forma a equipe ficará como grande derrotada em qualquer cenário: se Tsunoda for bem, pois evidenciará que a escolha por Liam no fim do ano passada foi errada, e se Tsunoda for mal, mostrando que ele, assim como o neozelandês e Perez, foi apenas mais uma vítima de uma equipe que não admite os sérios problemas de engenharia de seus carros.
Aliás, sobre Lawson, ironicamente sua melhor chance viria justamente agora, em Suzuka, palco do GP do Japão, pista que, diferente das anteriores, conhece muito bom, visto que competiu por 1 ano na Super Fórmula japonesa em 2023, onde foi vice-campeão.
De toda forma a decisão já foi tomada e anunciada e só nos resta desejar boa sorte à Tsunoda, ele vai precisar de muita.
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