Ratinho Júnior corre por fora
Governador do Paraná não é tão associado a Bolsonaro quanto Tarcísio e Zema, nem esteve no ato do ex-presidente, como Caiado, mas sua aprovação o credita a cogitar voos mais altos.
O instituto Quaest averiguou a popularidade de quatro governadores que podem se beneficiar na eleição presidencial de 2026 do espólio de Jair Bolsonaro, que está inelegível por oito anos. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já deixou clara a intenção de disputar o Palácio do Planalto e é o governador mais bem avaliado no levantamento encomendado pela Genial Investimentos.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é tido como o grande herdeiro potencial dos votos de Bolsonaro, como ministro do governo passado, mas ainda está em primeiro mandato e, pela popularidade, se reelegeria fácil para um segundo. Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), finaliza o segundo mandato com bom nível de aprovação, mas não demonstra muita vontade de se mudar para Brasilia.
Apesar de Tarcísio e Zema estarem bem avaliados, a aprovação dos dois não se compara à do quarto governador avaliado pela Quaest. Ratinho Júnior (PSD, foto), do Paraná, tem 79% de aprovação no levantamento que ouviu 1.121 pessoas no estado de 4 a 7 de abril — a margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos.
Pretensões
Ratinho não é tão associado a Bolsonaro quanto Tarcísio e Zema, nem esteve no ato convocado pelo ex-presidente em 25 de fevereiro, como Caiado, mas a avaliação de seu segundo mandato o credita naturalmente a considerar voos mais altos.
Para 52% dos paranaenses, o estado está melhorando no governo do governador do PSD, que se tornou um dos maiores partidos do país sob o comando de Gilberto Kassab. Apenas 10% enxergam piora e 36% acham que es†á tudo igual.
Ratinho, que foi reeleito em 2022 com 70% dos votos, não fala diretamente sobre a pretensão eleitoral, mas Kassab já disse, em outubro de 2023, que, se seu partido tiver um candidato à presidência da República em 2026, ele será o governador do Paraná.
Ponte
Mais longe do bolsonarismo, mas a favor de privatizações, por exemplo, Ratinho busca um caminho à direita mais distante do radicalismo associado ao ex-presidente.
“Num mundo onde tem guerras para todo lado, onde as discussões políticas afastam as famílias, aonde muitas vezes a discussão ideológica é muito maior do que uma discussão de raciocínio lógico, como por exemplo, fazer uma ponte”, disse durante cerimônia para marcar o início da obra de uma ponte entre Guaratuba a Matinhos, como registrou a Folha de S.Paulo em outubro.
Os números de aprovação divulgados nesta semana mostram o Paraná de Ratinho como uma boa plataforma de campanha para um futuro candidato à Presidência. Resta saber se será possível sustentar uma candidatura à direita tão longe de Bolsonaro em 2026.
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