O “Pibão” de Lula, a sanha confiscatória e mais um voo de galinha
Soluços de crescimento econômico não são novidade alguma para o país; ao contrário
O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado na terça-feira, 3 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), surpreendeu positivamente o mercado, que esperava um número mais tímido para o segundo trimestre, próximo a 1%.
Em que pese a boa notícia, principalmente a expectativa de crescimento do PIB em torno de 3% em 2024, bem como o otimismo e efusividade do governo, que comemorou o resultado como um gol em final de Copa do Mundo, é prudente uma certa cautela.
Há fatores que influenciaram tal crescimento e que podem não se repetir, como o aumento do consumo das famílias, a queda dos juros e a oferta de crédito. Além disso, o mau resultado do agronegócio poderá contribuir de forma ainda mais negativa em curto prazo.
Problemas estruturais
Porém, os grandes entraves à continuidade do crescimento contínuo da economia brasileira são conhecidos e permanecem, como o desajuste fiscal, a baixa produtividade e o excesso de tributação, que retiram a capacidade de desenvolvimento sustentado do país.
O próprio governo federal já anunciou novos aumentos de gastos e novas propostas de aumento de impostos. Por seu lado, o Banco Central já definiu o fim do ciclo de corte de juros, e o câmbio vem testando diariamente o valor da moeda brasileira.
Soluços de crescimento econômico não são novidade para o país. Chamados de “voos de galinha”, meses, ou um ou dois anos de avanço no Produto Interno Bruto, costumam não se sustentar em médio e longo prazos, pois os sucessivos governos não fazem o dever de casa.
Governos perdulários
Ao contrário. Ao menor sinal de fartura – e nisso o lulopetismo é craque -, o populismo eleitoral, ou melhor, eleitoreiro, entra em campo e a gastança desenfreada assume papel de artilheira do time. Como temos eleições a cada dois anos, é um prato cheio.
O próprio orçamento de 2025, enviado pelo governo ao Congresso Nacional, reforça o passado e prevê gastos “sociais” como a manutenção da desoneração da folha, o aumento do Auxílio Gás, o crescimento do salário mínimo e outros custos explosivos.
Há, nitidamente, subvalorização no impacto destas despesas, bem como supervalorização na expectativa de arrecadação. Como o papel aceita tudo, os viajandões do governo deveriam ter juízo diante de premissas duvidosas, mas, infelizmente, não têm.
Filme repetido
Até porque, se o próprio presidente da República afirma que: um pouco de inflação não faz mal, que cortar gastos não é mais importante que aquecer a economia e que um déficit fiscal maior não é motivo de preocupação, não seriam os técnicos a lhe dizer o contrário.
A portadora das más notícias – juros altos, inflação alta, desemprego alto, crescimento baixo ou negativo, real desvalorizado etc. – será, inexoravelmente, a realidade, que um dia, ainda que demore um pouco, chegará. Como sempre chegou.
Trata-se, aqui, de pessimismo ou má vontade? Não. Apenas de análise, baseada nos últimos 30 anos – no mínimo – e, principalmente, no passado recente de gestões lulopetistas. Ou alguém já se esqueceu do maior triênio recessivo da história do Brasil (2014-2015-2016)? Eu não esqueci.
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