O horizonte eleitoral de Lula se encurta
A segunda-feira, 9, começou com a presidente do PT dizendo que Lula "não tem nenhuma semelhança com Biden", e terminou com o presidente internado para cirurgia de emergência por conta de uma queda
A segunda-feira, 9, começou com a presidente nacional do PT dizendo, em entrevista, que “Lula está bem, disposto, é uma pessoa ativa”, e terminou com o presidente internado para passar por uma cirurgia de emergência.
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) refutava a comparação de Lula, que tem 79 anos, com o presidente americano Joe Biden, de 82, que teve de deixar a corrida eleitoral contra Donald Trump no meio do caminho, por questões de saúde.
“Quem conhece o Lula sabe que não tem nenhuma semelhança com o Biden”, argumentou Gleisi quando questionada se a idade do petista, que terá 81 anos em 2026, não seria um problema para sua tentativa de se reeleger.
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A queda
A drenagem de um hematoma cerebral realizada na madrugada de terça-feira, 10, indica que há sim alguma semelhança entre Lula e Biden, ao contrário do que disse Gleisi. Por mais que o médico responsável pela saúde do presidente tenha tentado minimizar os procedimentos por que Lula passou.
A fragilidade física do petista já tinha sido demonstrada pelo efeito da queda que ele levou no banheiro em outubro. A cirurgia da terça foi consequência daquele tombo, e, apesar de os médicos garantirem que Lula não terá sequelas físicas, a sequela política está posta.
No momento em que o governo tenta aprovar seu débil pacote fiscal no Congresso Nacional, é de se questionar, inclusive, por que Lula concorreu em 2022, quando já não demonstrava o mesmo vigor das campanhas eleitorais do início do século.
A biografia
Lula concorreu alegadamente em nome da “democracia”, como de costume, contra Jair Bolsonaro, mas é evidente que o petista voltou ao Palácio do Planalto na tentativa de limpar a própria biografia após ter sido preso pela Operação Lava Jato.
As políticas econômica e externa de seu governo deixaram isso claro, com incentivos ao crescimento econômico que vão cobrar o preço daqui a alguns meses e posicionamentos ideológicos que não se coadunam com o discurso de “frente ampla” com que o petista se elegeu.
Caso seus problemas de saúde insistam em interferir na condução do governo, como ocorre neste momento, Lula estará exatamente no mesmo lugar de Biden, cuja debilidade mental o expôs a cenas de constrangimento neste fim de mandato.
2026
Pode ser que Lula se recupere bem, como prometem os médicos que o operaram, e consiga demonstrar o vigor que tenta projetar ao aparecer caminhando em hospitais ou fazendo exercícios físicos.
Mas o segundo procedimento médico motivado por uma queda da própria altura indica que a idade já está cobrando seu preço — e essa fatura pode incluir a projetada tentativa de reeleição daqui a dois anos, por mais que seus aliados teimem em negar.
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Comentários (1)
Claudemir Silvestre
15.12.2024 09:53Eleger o LULA por mais quatro anos é jogar uma pá de cal no túmulo do Brasil !! Ai acaba de uma vez !!!