“Meu defeito foi jogar limpo”, diz Bolsonaro. Não imagino o que seria sujo
O que o clã Bolsonaro entende por “limpo”, alguns bichinhos simpáticos chamam de lama, e por lá chafurdam até um dia virar torresmo
Em um vídeo que circula nas redes sociais nesta segunda-feira, 25, ao lado do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), melhor sanfoneiro que político, diga-se, Jair Bolsonaro se vitimizou, com voz embargada e olhos lacrimejantes, afirmando que : “Alguns falam que o meu defeito foi jogar limpo num país onde tinha muita coisa escondida, mas valeu a pena. Se eu for embora hoje, valeu a pena”.
Indiciado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Contragolpe, que desnudou um patético e gravíssimo plano de assassinato de autoridades federais, notadamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o vice e o presidente eleitos, respectivamente, Geraldo Alckmin (PSB) e Lula da Silva (PT), o ex-presidente, a despeito de todos os fatos, insiste ter “jogado dentro das quatro linhas”.
Bem, as provas materiais e testemunhais, já colhidas pela Justiça, não contribuem muito com sua afirmação. Das joias sauditas ao 8 de janeiro de 2023, passando pelo plano Punhal Verde Amarelo, a realidade mostra auxiliares diretos, como o ex-ajudante de ordens Coronel Mauro Cid e o próprio general Braga Neto, seu ex-ministro e candidato à vice-presidente, atuando diretamente em diversos crimes, segundo as investigações.
Limpo, pero no mucho
Há também declarações pessoais, hoje resgatas e ordenadas cronologicamente, como vem apresentando O Antagonista, que mostram um Bolsonaro longe do “jogo limpo”, inclusive, no mínimo, participando de reuniões que debatiam abertamente um golpe de Estado, sem contar – para exemplificar um caso em que foi diretamente beneficiado – a falsificação de seu cartão de vacinas, que o permitiu se refugiar nos Estados Unidos ao final de 2022.
Dois ex-comandantes do Exército e da Força Aérea, em depoimento à Polícia Federal, afirmaram que foram procurados pelo ex-presidente para aderirem à tal “minuta do golpe”. O número dois da secretaria-geral da Presidência, o general da reserva Mario Fernandes, que imprimiu no Palácio do Planalto o plano mambembe de tomada do poder, esteve pessoalmente com Bolsonaro, no mínimo em duas ocasiões, tratando do assunto.
Se isso tudo – e mais uma lista bastante extensa de outros enroscos judiciais – significa “jogar limpo” para o “mito”, fico tentando imaginar o que seria, então, “jogar sujo”. Aliás, eu mesmo já fui vítima do seu “jogo limpo” e de sua família, quando me tornaram “alvo” em suas redes sociais. O que o clã Bolsonaro entende por “limpo”, alguns bichinhos simpáticos chamam de lama, e por lá chafurdam alegremente até um dia virar torresmo.
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Comentários (3)
Márcio Roberto Jorcovix
25.11.2024 19:09Ângelo. Vai procurar um médico urgente. O Brasil é dividido em 3 partes meu queridos. Um lado é o lado dos que Querem mamar nas tetas do governo, vulgarmente chamados de petistas, de outro lado os malucos que ainda acreditam neste maluco que Se diz de direita e por último as pessoas normais. Quem sabe um dia sua doença passa
Angelo Sanchez
25.11.2024 18:36A esquerda no Brasil é uma grande nojeira, covarde e que se acha poderosa, mas sabe, que uma revolução é fácil de começar, mas, difícil de terminar. O Brasil continua dividido entre os bolsonaristas e aqueles que adoram serem roubados.
Angelo Sanchez
25.11.2024 18:31Neste país em que elegemos um “descondenado corrupto”, por muito pouco, mostra que os vencedores voltaram a nomear muitos corruptos também descondenados, estão com muito medo, pois, criam historinhas sem provas e de tentativa de golpe para que Bolsonaro seja inelegível. Faltam 24 meses para Bolsonaro voltar ou ele indicar o seu sucessor, nas urnas.