O ex-coach Pablo Marçal (PRTB, à esquerda na imagem) criou fama com vídeos em que alega ter mais tranquilidade do que pilotos profissionais na hora de panes em helicópteros ou aviões. Essa calma não se aplica a debates políticos, a julgar pelo primeiro bloco do debate da Band, o primeiro da corrida pela Prefeitura de São Paulo em 2024.

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Pouco depois de falar em investimento em inteligência emocional no ensino básico paulistano, Marçal perdeu o rumo com apenas duas perguntas da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP, à direita na imagem).

“Ä gente sabe que este momento [por] que a população estava ansiando, para conhecer quem é quem, que história que tem, fez o quê, deixou de fazer o quê, que propostas carregam. Então eu trago, candidato, uma pergunta simples, mas muito importante: você é contra ou a favor da Operação Água Branca?”, questionou a candidata do PSB.

“Você pode esclarecer o que é Operação Água Branca?”, questionou Marçal, dizendo que “deve ser algum bandido de esquerda que está envolvido nisso ai”.

Falsidade ideológica

Depois de expor que o adversário não sabia sobre a intervenção urbana nas regiões Oeste e Norte, Tabata disse que Marçal “foi condenado por formação de quadrilha num esquema de fraudes bancárias”.

“Eu queria saber o que ele fará para proteger os idosos que vivem caindo em golpe sde WhatsApp como esse”, completou a deputada, acrescentando que “ele também é investigado pela Polícia Federal por falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro” e que o presidente do partido de Marçal “falou em um áudio que é ligado ao PCC”.

Tabata arrematou: “Você pretende usar sua experiência no mundo do crime para cuidar de São Paulo, para fazer política pública em segurança?”.

“Jornalistazinha militante”

Marçal retrucou com uma série de ataques desordenados, dizendo que Dilma Rousseff e Lula são heróis de Tabata, que a deputada é para-choque de comunista, “um candidato fantoche”, que “não conhece o ensino médio”, porque “foi estudar fora”, que “parece uma jornalistazinha militante”, que é “uma adolescente que precisa amadurecer um pouco”.

“Sobre essa condenação, não há condenação. Se tiver, eu deixo esta disputa agora, imediatamente”, respondeu, dizendo que Tabata falou em idoso porque “não sabe estudar a lei da headline”. Sem ter mais o que dizer, Marçal pediu uma nova pergunta a Tabata, mas, após a réplica, ela não podia mais fazer questionamento pelas regras do debate.

O ex-coach usou o resto do tempo de resposta para distribuir impropérios aos outros candidatos.

Vingança

Os atritos entre Marçal e Tabata surgiram na pré-campanha. A deputada respondeu a dois vídeos em que o adversário distribuiu provocações aos outros pleiteantes à Prefeitura de São Paulo. Em um deles, Marçal destacou que ela não é casada e, portanto, “não sabe o problema de um casamento, não sabe o problema que é ter filho“.

Em outra gravação, Marçal insinuou que Tabata foi estudar no exterior e não ajudou o pai, que morreu. “Ela foi para Harvard e o pai dela acabou morrendo, igual eu imagino que ela pode fazer com o povo de São Paulo“, disse o ex-coach. Tabata só foi estudar em Harvard em 2016, quatro anos depois da morte do pai.

No debate desta quinta-feira, 8, Tabata foi à forra ao expor os limites do adversário com apenas duas perguntas.