Lula quer bancar o santo?
Presidente da República tem feito acenos cada vez maiores ao eleitorado evangélico para tentar atrair esse segmento da sociedade
O presidente Lula publicou sancionou, nesta terça-feira, 15, o projeto de lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel. A medida é mais um aceno do petista ao eleitorado evangélico.
A solenidade contou com a participação do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta, porém, foi fruto da articulação de outros integrantes da chamada ala bolsonarista do Congresso Nacional.
Na comissão de Cultura da Câmara, a proposta teve como relator o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP). No Senado, o texto recebeu parecer favorável do senador Marcos Rogério (PL-RO), atual líder da oposição no Senado. Coube a Otoni ser apenas um voto a mais, dentre outros parlamentares.
“Ao promover o fortalecimento espiritual, a união comunitária e a transformação social, a música gospel desempenha um papel vital no desenvolvimento do indivíduo e da coletividade, merecendo, portanto, o apoio do poder público”, disse Rogério em seu parecer.
Para bom entendedor, Lula não precisou mover uma única palha para que o evangélico tenha o Dia Nacional da Música Gospel. Toda a tramitação ocorreu no Congresso Nacional a despeito de Lula e dos integrantes do PT.
A sanção de um projeto de lei é um ato discricionário do Poder Executivo. Mas é obvio que nenhum administrador teria a pachorra de simplesmente barrar na íntegra ou trecho de um projeto de lei que não gera ônus ao Estado e tem uma característica mais simbólica do que prática.
Neste ano, o petista também sancionou a lei que cria o Dia do Pastor Evangélico e tem buscado, cada vez mais, se aproximar desse público. Mas, como mostrou as eleições em São Paulo, o eleitor não tem dono. E o próprio Otoni reconheceu isso durante a solenidade de sanção do Dia Nacional da Música Gospel no Palácio do Planalto.
“Nós, evangélicos, uma parcela cada vez mais importante nas decisões e escolhas políticas dessa nação, não convergimos na grande maioria em torno de um candidato a cargo eletivo por idolatria ou revelação divina, como se Deus fosse membro de um partido ou votasse em alguém”, disse o parlamentar fluminense.
Em resumo: não adianta querer bancar o santo para tentar enganar o eleitorado evangélico desse país.
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