Lula e as idiolulices sem fim
Petista, em eterna campanha eleitoral, resolveu voltar às máximas econômicas sem sentido para impressionar empresários e agradar eleitorado
Depois de alguns dias longe das polêmicas, o presidente voltou à carga com novas velhas máximas sem sentido para agradar plateias específicas. Ainda engasgado com a volta que tomou do mercado depois que o dólar bateu 5,70 reais, o petista aproveitou uma reunião fechada com empresários da indústria de alimentos no Palácio do Planalto para mostrar todo o conhecimento econômico acumulado em três mandatos presidenciais.
“O povo mais pobre, o povo mais humilde, quando ele tem um pouquinho de dinheiro, ele não compra dólar; ele compra comida”, afirmou o presidente. A frase de simplicidade e perspicácia ímpar (contém ironia) só é comparável à notória “a taxação é para as empresas e não para o consumidor” de Janja, quando ainda discutíamos a tributação de compras de valores menores em aplicativos estrangeiros.
Por falar em Janja, no encontro, Lula também disse que é a primeira-dama uma das pessoas que mais “ouve” e com quem mais “discute” sobre economia. Parece que está aprendendo muito (ironia, de novo).
O “pobre”
Talvez a Janja possa explicar ao presidente que boa parte da comida que o “pobre” (como o petista gosta de se referir a uma parcela da população) sofre influência direta do dólar. Portanto, quanto compra comida, o brasileiro compra também dólar.
Não só porque o trigo para o tradicional pão francês é em boa parte importado e pago em moeda americana, mas também porque há um custo de oportunidade para o produtor nacional entre vender para o mercado local ou externo.
A soja ou o milho, por exemplo, sofrem pressão no preço em função da variação da divisa americana. Afinal, a depender dos valores sendo pagos pelos estrangeiros, produtor decide se vende para o mercado interno ou não.
Custos
Esses produtos, ainda que produzido no Brasil, vão ter o preço afetado com a alta da moeda dos Estados Unidos e vão afetar outros alimentos. A carne vermelha ou de frango, por exemplo, têm o custo de produção encarecido com soja e milho mais caros, ingredientes importantes na ração fornecida para os animais de corte.
Isso sem contar no transporte de alimentos pelo país, que é feito quase que totalmente pelo modal rodoviário. O preço dos combustíveis, só para lembrar, tem a variação fortemente impactada pelo dólar, o que pode levar a aumentos de custo de muitos produtos.
A lista é imensa, mas é desnecessário insistir. O resumo é simples: quando o “pobre” compra comida, ele também compra dólar.
Faça esse texto chegar à Janja, quem sabe ela ajuda o Lula.
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