Jornalistas e políticos de esquerda levam eleitores a Trump e Bolsonaro
Ontem, parte dos mais de 70 milhões de americanos que votaram em Donald Trump, provavelmente se sentiu assim
Particularmente, considero Donald Trump uma figura execrável. Tosco, agressivo, imoral, golpista e criminoso. Não lhe confiaria o cuidado de um hamster, muito menos de um país. Não lhe confiaria a administração de um carrinho de pipoca, ainda que viesse a se tornar a maior rede de pipocas do mundo. Mas quem tem de gostar, ou não, e confiar, ou não, no bufão alaranjado são os eleitores americanos. Ao resto do mundo cabe torcer para que erre o menos possível e não cumpra a metade das atrocidades que prometeu.
O cara venceu o Senado, praticamente a Câmara, os tais estados-chave, a votação popular e o colégio eleitoral. Se isso não é uma vitória legítima e acachapante, então não sei o que pode ser. Fosse eleitor americano, eu votaria em Kamala Harris – não por ela ou por simpatia pelos democratas, mas por rejeição a Trump. Ao contrário do Brasil, em 2022, quando nem saí de casa para votar em um ou outro “traste político”, a atual vice-presidente americana não me causa repulsa nem me merece tamanha rejeição a ponto de me abster eleitoralmente.
Lendo, aqui, alguns colunistas de esquerda – que já nem disfarçam mais, o que é ótimo, aliás -, me deparo com algumas das causas que transformam gente como Trump, ou Bolsonaro, em presidentes. A hipocrisia e seletividade dessa turma é revoltante. O duplo padrão moral que utilizam em suas “análises” chega a ser aviltante para o leitor mais atento. Esse pessoal, com sua manipulação inútil e contraproducente, empurra eleitores moderados para os extremos. Não por convicção, mas por raiva. Por isso a escolha por políticos assim.
Apagando fogo com gasolina
Vejam este trecho de um colunista: “Ele mentiu, ofendeu, cometeu crimes e foi condenado. E, mesmo assim, foi eleito presidente”. E este outro: “O sistema político está sendo manipulado para permitir a chegada ao poder de movimentos com pouco compromisso com a democracia”. Agora, me digam: ele está escrevendo sobre a vitória de Lula, em 2022, ou sobre a de Donald Trump, hoje? Porque, na boa, basta escolher o nome que cairá como uma luva os comentários acima. Mas este rapaz jamais se referiria assim a Lula.
Já Gleisi Hoffmann, a presidente nacional do PT, publicou em seu X: “A eleição de Trump é um sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo. A polarização se mantém como uma realidade e temos de nos preparar para enfrentá-la também aqui no Brasil, onde a extrema direita já se assanha com o resultado”. Meu Deus! Essa senhora e seu partido reconheceram a fraude eleitoral na Venezuela e agora vem falar em “campo democrático”? Como não sentir profunda revolta com gente assim?
Para ela e políticos hipócritas e manipuladores, mais falsos que nota de três reais, todos jurando amor e luta pela democracia, vale a mesma regra que para jornalistas: a cada vez que um eleitor independente se depara com algo tão vil, torna-se impossível, por dignidade, não caminhar sentido oposto, ainda que seja pavimentado por populistas radicais de direita que não valem o chão que pisam. Mas é um impulso quase incontrolável. Ontem, parte dos mais de 70 milhões de americanos que votaram em Trump, provavelmente se sentiu assim
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Comentários (2)
ale
06.11.2024 15:54É sofrível ler uma coluna na qual o autor, com medo da rejeição do seus pares, fica o tempo se justificando, se explicando.... O respeito pelo profissional simplesmente desaparece.
Guilherme Rios Oliveira
06.11.2024 15:31Concordo em gênero, número e grau!!!