Descolados da realidade, Lula, Alckmin e Gleisi viajam na maionese; sem ovos
A expressão popular, "viajou na maionese", cairia como luva aqui, mas um ladrão roubou nosso direito de comer ovo

Dizem que o avestruz, quando se depara com algo que não consegue lidar, enfia a cabeça em um buraco. Verdade, mentira, mito? Não sei. Nem mesmo há uma explicação unânime. Alguns especialistas dizem não haver nenhuma certeza, e outros dizem que, ao aproximar a cabeça do chão – não necessariamente enfiá-la em um buraco -, a ave consegue escutar melhor a aproximação dos predadores.
Conheço um monte de avestruzes, pessoas que preferem não enxergar o óbvio e enfrentar as dificuldades, e omitem-se de suas responsabilidades. Mas conheço, também, os fujões dos fatos. Gente que verdadeiramente vive em uma espécie de universo paralelo. O trio do título acima – Lula, Geraldo Alckmin e Gleisi Hoffmann – tem se saído muito bem na arte da fuga da realidade.
O presidente Lula, ultimamente, então, vem se superando. Até um ladrão imaginário de ovos andou inventando: “Estou querendo descobrir onde é que teve um ladrão que passou a mão, que passou a mão no direito de comer ovo do povo brasileiro“. Para a “alma mais honesta deste país” (outra fuga da realidade), a inflação de alimentos, no Brasil, é culpa de todo mundo, menos dele, claro.
Viagem a Urano
Dias atrás, o mesmo Lula, por conta da carestia, recomendou: “Se você vai no supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra“. Antes dele, o ministro Rui Costa ensinou: “O preço internacional está tão caro como aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez da laranja consumir outra fruta“. E eu aqui pensando em pães e brioches.
Já a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais – juro que ainda não acredito nisso! -, Gleisi Hoffmann, quando o dólar havia disparado pela “bateção de cabeça” do governo, atribuía a subida da moeda americana a tudo e a todos, menos aos erros de seus companheiros de partido. Aliás, a declaração abaixo fez com que nós, em O Antagonista, a ironizássemos em uma série divertidíssima de postagens.
“Mercado passou semanas exigindo cortes e quando o governo apresenta medidas de esforço fiscal e contenção de despesas, para economizar R$ 70 bilhões em dois anos, propõe uma reforma da renda socialmente justa e fiscalmente neutra; o que acontece? Mandam o dólar pra lua! É impressionante a especulação contra o Brasil”.
Viagem a Marte
Pois bem. O novo astronauta viajandão da turma é ninguém menos que o vice-presidente Geraldo Alckmin, aquele que participou de um rega-bofe no Irã, ano passado, a fim de prestigiar a posse do novo presidente da ditadura dos aiatolás, ao lado de alguns dos maiores terroristas do planeta, além de ser, hoje, o líder do “cordão de puxa-sacos” do presidente da República:
“Venho somar meu esforço, pequeno, humilde, mas de coração e entusiasmo, em benefício do Brasil. A luta de vocês, a luta sindical, deu ao Brasil o maior líder popular deste país: Lula. Viva, Lula. Viva os trabalhadores do Brasil“, gritou, entusiasmado, o mesmo que já disse, “Depois de quebrar o Brasil, Lula quer voltar à cena do crime”. Na boa… Se um dia eu ficar assim, vocês por favor me internem, ok?
A última do ex-tucano tem a ver com o cálculo da inflação. Alckmin descobriu como baixar a taxa no Brasil: basta retirar da conta o que está caro. Caramba! Por que ninguém pensou nisso antes? “Eu mencionei o exemplo americano porque ele tira do cálculo da inflação alimento, porque alimento é muito clima. Se eu tenho uma seca muito forte, uma alteração climática muito grande, vai subir o preço de alimento.”
Viagem a Júpiter
E continuou o gênio da lâmpada, o Professor Pardal tupiniquim: “E também tiram a energia, preço de barril de petróleo. Não adianta aumentar juros, que não vai baixar o barril do petróleo. Isso é guerra, é geopolítica. Então, eles excluem do cálculo”. Viram como é simples, como é fácil? Um estalar de dedos e nossa grana, que não dá para nada, vai continuar não dando para nada.
Essa gente está completamente louca, fora da casinha. Não tem – como nunca tiveram – a menor noção do que estão fazendo. Não tem – como nunca tiveram – um plano de governo, uma política de Estado, metas para o país. Tudo se resume a medidas paliativas, populistas, eleitoreiras. Um fala para trocar laranja por melancia, outro inventa um ladrão de ovos, outra apela ao cosmos e esse agora quer mais “matemágica”.
A expressão popular, “viajou na maionese”, cairia como luva aqui, mas um ladrão roubou nosso direito de comer ovo (ingrediente básico de qualquer boa maionese). Esse “ladrão”, aliás, é bastante conhecido e um dos protagonistas desta coluna. Quem será, hein?
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Comentários (3)
Marcia Elizabeth Brunetti
26.03.2025 09:18Adorei seu texto, e imagino que alguém do governo está fazendo o trabalho de ler todos os artigos que saem no Brasil (e fora dele). Pois que saibam claramente o que estamos pensando desse desgoverno coberto de seguidores ignorantes e líderes políticos atordoados.
PAULO SERGIo SILVA
25.03.2025 17:22Sensacional matéria Ricardo! Diante de tanta tragédia, só mesmo o humor ácido para adoçar nosso dia, por mais paradoxal que possa parecer. Parabéns!!!
Eduardo
25.03.2025 17:00Vivem na Versailles brasileira