Debate ‘anticlímax’ tem Marçal contido, Nunes como alvo e ataques no final
Como prometeu ao longo da campanha, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) incorporou o estilo ‘bom governante’; prefeito ficou na defensiva mais uma vez
Após um primeiro turno com eventos repletos de ‘fatos novos’ como cadeiradas, socos e agressões verbais, o debate da Globo, realizado na noite desta quinta-feira, 3, soou como uma espécie de evento anticlímax no último dia da campanha eleitoral no rádio e na televisão para a Prefeitura de São Paulo.
Como prometeu ao longo da campanha, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) incorporou o estilo ‘bom governante’ nos dois primeiros blocos. Mas o arquétipo durou pouco e Marçal ligou sua metralhadora giratória nos dois blocos seguintes, adotando, novamente, o arquétipo de incendiário-geral da nação.
Isso não significa necessariamente que os demais candidatos foram apenas os alvos das provocações de Marçal. Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) também partiram para os ataques em vários momentos do debate. O principal alvo deles: o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). A Datena, o quinto participante, coube o papel de expectador, já que ele pouco acrescentou ao programa de televisão.
A sensação que se teve, no geral, é que os candidatos esperaram as crianças saírem da sala para que fosse liberada a baixaria e a pancadaria no debate da Globo. Embora, diga-se de passagem, em um tom bem mais beligerante em relação a encontros anteriores.
Marçal deixa confusão para o final do debate da Globo
Marçal, como dito anteriormente, comandou boa parte dos ataques e tentou fazê-lo em situações em que os demais candidatos não pudessem responder diretamente a ele. Ele chamou Boulos de extremista em uma dobradinha com José Luiz Datena e voltou a falar sobre o boletim de ocorrência registrado pela esposa de Ricardo Nunes na última pergunta dirigida ao prefeito. Marçal ainda citou a investigação da PF que mira a máfia da merenda, que tem aliados de Nunes como alvos.
“Teve lá um desentendimento… Leia o BO, não tem nada de agressão física. Tivemos uma discussão por telefone e por mensagem. Isso eu precisava falar, porque é injusto o que ele faz. Ele é malvado, é ruim”, disse o prefeito.
O influenciador, no entanto, também foi atacado por seus adversários no debate da Globo. Também no final do evento, Tabata Amaral disse que o gesso usado por Marçal, após ter sido alvo de uma cadeirada, era cenográfico. Já Boulos comparou o ex-coach a Suzane von Richthofen em resposta após ter sido chamado de um extremista pelo empresário.
“Eu estou achando muito esquisito o perfil que o Marçal adotou hoje. Ele tumultuou as eleições todas e quer pagar de bonzinho. É o lobo na pele de cordeiro. O Marçal acusar alguém de extremista é tipo a [Suzane von] Richthofen acusar alguém de assassinato. É impressionante”, disse Boulos.
Apesar de ter sido alvo preferencial dos adversários – foi chamado de “medíocre” por Tabata, por exemplo -, Nunes também atacou Guilherme Boulos perguntando para ele, mais uma vez, sobre a decisão dele de ter livrado o deputado federal André Janones (Avante) das acusações sobre rachadinha em seu gabinete quando o caso chegou ao Conselho de Ética da Câmara.
Todas as principais pesquisas apontam empate técnico na disputa pela prefeitura de São Paulo. Mas pelo tom mais morno no debate, há uma leve sensação de que pelo menos Marçal e Boulos pouco ganharão. Talvez o maior derrotado, de fato, seja Nunes. Sua postura menos aguerrida no embate desta noite pode ser decisivo para o seu futuro no próximo domingo.
A se conferir.
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