Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona
Não sei se por causa da política, ou por serem políticos, homens adultos adoram praticar, publicamente, o lado “macho-alfa” que todo adolescente, um dia, experimentou
Novamente provocado pelo arruaceiro Pablo Marçal, que mantém sua cruzada politicamente incivilizada, o apresentador José Luiz Datena, candidato à prefeitura de São Paulo, durante o debate promovido pela RedeTV e o portal UOL, nesta terça-feira, 17 de setembro, mostrou não apenas não estar arrependido da agressão contra seu adversário, ocorrida no debate da TV Cultura, no último domingo (15), como reforçou as ofensas e os ataques já proferidos, e ainda acrescentou: “Eu não bato em covarde duas vezes, covarde apanha uma vez só”, para, em seguida, dizer que: “Me arrependo desse ato, mas muitos juristas já consideraram legítima defesa da honra”.
Confesso que não me surpreendeu tal postura, nem muito menos a de Marçal. Desisti, faz tempo, de esperar boas notícias dessa turma. Mas cheguei a imaginar que tanto um como o outro iriam arrefecer as ofensas e manter um mínimo de civilidade, além de se aterem – se é que têm – às propostas e aos planos de governo para a cidade. Além disso, me chamou a atenção a necessidade de reafirmação constante da própria masculinidade, como muito bem já abordou Felipe Moura Brasil, em recente e ótimo artigo para O Antagonista. Freud, se vivo, teria à disposição dois belos exemplares de homens em crise – ainda que inconscientemente – com a própria sexualidade.
Aliás, não sei se por causa da política, ou por serem políticos, muitos homens adultos adoram praticar, publicamente, o lado “macho-alfa” que todo adolescente, um dia, experimentou. O ex-presidente Jair Bolsonaro era useiro e vezeiro na arte de se vangloriar da forma física e do desempenho sexual, além de abrir fogo, dia sim e outro também, contra homossexuais. Talvez por inveja, há algumas semanas, o presidente Lula arriscou trilhar o mesmo caminho do marketing sexual pessoal, e disse ter “energia de 30 e tesão de 20 anos”. Fico pensando se, de fato, não é o que falta na cama para essa gente, o que os move em direção à agressividade com que exercem a política.
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