Crusoé: A maracutaia de Lula ao manipular número de famintos no Brasil
Presidente disse que, quando assumiu, havia 33 milhões de pessoas passando fome no país, mas a ONU falava em 8,4 milhões
O presidente Lula voltou a manipular o número de brasileiros que passam fome no Brasil, durante reunião do G20 no Rio de Janeiro.
“Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e 11 meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24,5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente, sairemos do Mapa da Fome”, disse Lula.
O dado dos 33 milhões de famintos, contudo, não era do IBGE, mas da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Pensann, uma organização com claro viés político que fazia oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
Disparidade estatística
Em 2022, durante a pandemia de Covid, o governo Jair Bolsonaro não conseguiu realizar esse levantamento. Os dados do Pensann, então, foram adotados oficialmente após a posse de Lula.
No entanto, os números do Pensann divergiram bastante de um relatório da ONU, que apontou 8,4 milhões de pessoas com fome entre 2021 e 2023 no país, o que representaria 3,9% da população.
O índice da ONU era menor que registrado entre 2020 e 2022, de 9 milhões de famintos, ou 4,2% da população. A fome, portanto, estava em queda.
Um dado do Banco Mundial da mesma época falava em 4 milhões de pessoas na extrema pobreza no Brasil. Isso mostra que os 33 milhões de famintos apontados pelo Pensann estavam muito acima da curva.
Dois pesos, duas medidas, qualquer fonte
Em 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, voltou à ativa e divulgou que havia 8,7 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar — um dado mais parecido com o que tinha sido obtido pela ONU.
A maracutaia estatística de Lula ao falar no G20 que 24,5 milhões de pessoas deixaram a extrema pobreza foi comparar os dados da rede Pensann, de 2022, com os do IBGE, de 2023.
Leia em Crusoé: Lula quer errar de novo com aliança contra a fome
“Se um cara perguntasse a fonte, a gente não tinha”
Lula já admitiu inflar artificialmente os números de pobres e famintos no Brasil para convencer líderes estrangeiros.
“Era bonito a gente viajar o mundo e falar: no Brasil tem 30 milhões de crianças de rua. No Brasil tem…, a gente nem sabia… Tem nem sei quantos milhões de abortos.’ Era tudo clandestino, mas a gente ia citando números, sabe. Se um cara perguntasse a fonte, a gente não tinha, mas tinha que dizer números”, disse Lula.
Quem também entrou na onda do oportunismo estatístico foi a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, durante reunião em Davos, no ano passado…
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Comentários (1)
Clayton De Souza pontes
18.11.2024 16:54O Lula aposta sempre na sua narrativa fantasiosa pra manter seu gado