Chamando ditador de ditador, e ditadura de ditadura
Maduro é um ditador. A Venezuela é uma ditadura. Quem apoia regimes tiranos, ainda que amparados em “eleições”, outro nome não tem
Ser firme e contundente nas opiniões são algumas de minhas características. Ser radical, jamais. Ser plural, inclusivo e aberto ao diálogo também são traços de minha personalidade. Mas ser leniente, ou cúmplice, de incivilidade, barbárie e afins, nunca.
Liberdade de pensamento e expressão políticos são direitos fundamentais e inalienáveis. Ser de esquerda, de direita, de centro – ou simplesmente nada! – são escolhas individuais legítimas, que devem ser respeitadas, ainda que democrática e legalmente confrontadas.
Não reconheço virtude em conservadores que não aceitam, por exemplo, diversidade de gênero. Não reconheço mérito em liberais que pregam violência contra jornalistas e veículos de comunicação. Não reconheço “luta pela liberdade” às custas de golpe de Estado.
Democratas de araque
De igual sorte, progressismo que passa pano para ditadores e ditaduras não me merece a chancela de “democrático”. Ao contrário. A este relego a prateleira dos tiranos – ou dos amigos deles. E não se trata, aqui, de intolerância política, mas de coerência. Ou melhor, de decência.
Se alguém reconhece no bolsonarismo a democracia, ou não entende nada (de democracia) ou a razão lhe abandonou pela porta dos fundos. Se alguém reconhece no lulopetismo apreço por ela (democracia), igualmente ou ignorante ou fora de si.
Um bolsonarista – diferente de quem “apenas” votou em Bolsonaro – não pode condenar Maduro após tentar derrubar Lula na base do tiro, porrada e bomba. Um lulopetista – diferente de quem “apenas” votou em Lula – não pode condenar o 8 de janeiro e apoiar o chavismo.
Dando nome aos bois
Se você, leitor amigo, leitora amiga, se identifica com a direita ou a esquerda e quer militar politicamente, repila com veemência a farsa eleitoral de Nicolás Maduro. Do contrário, sua militância estará a serviço de tudo, menos da democracia que pensa defender.
Maduro é um ditador. A Venezuela é uma ditadura. E quem apoia e defende – direta ou indiretamente – regimes tiranos, ainda que amparados em “eleições” (reparem nas aspas), outro nome não tem. Pouco importa o que digam os comparsas da vilania.
Já apontei, inúmeras vezes, as relações de amizade e fidelidade de Lula com Mahmoud Ahmadinejad (Irã), Muammar Al Gaddafi (Líbia), Irmãos Castro (Cuba), Daniel Ortega (Nicarágua), Hugo Chávez e o próprio Nicolás Maduro (Venezuela). Eis uma oportunidade para o chefão do PT mudar de lado. Alguém apostaria dez centavos?
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