A sangria dos Correios

30.12.2025

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O Antagonista

A sangria dos Correios

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José Inácio Pilar
3 minutos de leitura 30.12.2025 10:49 comentários
Análise

A sangria dos Correios

Entenda o plano anunciado pelos Correios para fechar a conta e tentar competir com gigantes de compras online

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José Inácio Pilar
3 minutos de leitura 30.12.2025 10:49 comentários 2
A sangria dos Correios
Foto: Divulgação

Os Correios vivem um momento delicado em meio a uma de suas maiores crises financeiras

Na segunda-feira (29), a direção da estatal anunciou que, mesmo após captar 12 bilhões de reais junto a um grupo de cinco bancos, ainda precisa levantar mais 8 bilhões para completar o plano de reestruturação financeiro inicialmente traçado para 2025 e 2026, conforme falamos aqui

O valor captado será usado para pagar fornecedores, benefícios e tributos, mas a lacuna de 8 bilhões ainda precisa ser preenchida por novos empréstimos ou por possíveis aportes públicos, que ainda não foram definidos.

A sangria nos Correios é pressionada por prejuízos acumulados nos últimos 12 trimestres, com um déficit que ronda os bilhões de reais e um patrimônio líquido negativo.

Só no primeiro trimestre de 2025 a estatal registrou prejuízo líquido de 1,7 bilhão de reais, maior que os 801 milhões já negativos do mesmo período de 2024.

No segundo trimestre de 2025 o déficit cresceu, chegando a 2,64 bilhões conforme divulgado nos relatórios financeiros oficiais da empresa.

Essas perdas trimestrais, somadas ao resultado do 3º trimestre de 2025, fazem com que a empresa feche a conta do acumulado até setembro com cerca de 6,1 bilhões de prejuízo. Os dados do último trimestre de 2025 ainda não foram computados.

A reestruturação que começou em 2025 se estende até 2027 e combina medidas de curto, médio e longo prazos.

Entre elas estão programas de demissão voluntária que podem atingir até 15 mil funcionários, a venda de imóveis sem uso operacional e cortes de custos com planos de saúde e contratos judiciais.

O plano também prevê fechamento de até mil agências próprias, sobretudo as consideradas deficitárias e esforços para aumentar a receita operacional, que hoje gira em torno de 18 bilhões por ano, com a meta de chegar a cerca de 21 bilhões até 2027.

Parte das discussões em curso inclui a possível abertura de capital ou parcerias societárias, embora a privatização completa seja descartada pela atual gestão.

O desafio é grande porque os Correios ainda operam com altos custos de pessoal e uma queda no volume de serviços tradicionais, enquanto concorrentes privados, sobretudo ligados ao comércio de compras online ganham espaço no mercado de entregas.

Um dos grandes problemas da empresa foi no mercado de entrega de encomendas, onde tiveram uma enorme perda de participação, de aproximadamente 51% em 2019 para cerca de 22% em 2025.

Pelo plano, além dos cortes, eles deverão focar em renovação da frota, automação e digitalização para melhorar o tempo de entrega e rastreabilidade e no aprimoramento e modernização de seus centros de logística.

Somente se todas as etapas desse complexo plano forem implementadas no prazo e com sucesso, é que a direção projeta que a empresa poderá começar a sair do vermelho e estabilizar suas contas, mas só a partir de 2027.

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José Inácio Pilar

Âncora do telejornal diário "Meio Dia em Brasília", também roteiriza e apresenta o programa de entretenimento "Café Antagonista" todos os sábados às 10h e às 16h, além de assinar colunas de automobilismo e de entretenimento.

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Comentários (2)

Rosa

30.12.2025 13:22

PT sempre PT, quando sai de um governo deixa terra arrazada no país....


Edilson

30.12.2025 12:18

Privatiza essa joça!!!


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