A piada virou pesadelo, mas a noite ainda não acabou
Datafolha mostra que Marçal é uma ameaça real, mas campanha em São Paulo é tipicamente marcada por reviravoltas
A pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 22, virou um pesadelo – nas palavras de Pablo Marçal (PRTB) – para as campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (MDB).
Como mostramos, o influenciador cresceu sete pontos percentuais no levantamento feito pelo Datafolha e divulgado nesta quinta-feira, 22. Nunes, por sua vez, oscilou de 23% para 19%. É o terceiro colocado atrás de Guilherme Boulos (PSOL), que está com 23% e de Marçal, que ostenta 21%. Datena é o quarto. Saiu de 14% no início de agosto para 10%.
Em uma conta simples, aquela de padaria, Datena e Nunes perderam oito pontos percentuais. Marçal ganhou sete. O oitavo, provavelmente, caiu no colo de Guilherme Boulos, já que tanto Nunes quanto Datena tinham uma penca de votos entre a população mais simples.
Após a divulgação dos dados, Marçal foi às redes sociais e afirmou categoricamente:
“Somos só nós contra tudo e todos. A piada virou pesadelo e não vai ter segundo turno”.
De fato, Marçal era visto como uma piada há menos de dois meses e agora é uma ameaça real. Mas é necessário um pouco de sobriedade antes de ser decretar o fim da candidatura de Nunes ou uma eventual participação de Marçal no segundo turno das eleições em São Paulo.
Quais são os pontos de virada neste momento?
Dois pontos são importantes a se destacar neste momento. O primeiro: o debate da Band. Nele, Marçal foi o franco-atirador, teve controle de maior parte da narrativa e apresentou-se como a ‘novidade’ ao eleitor. Isso é um fator importante. Afinal de contas, para o eleitor, o novo é sempre tentador, interessante e Marçal conseguiu encarnar bem o sentimento antipolítica típico das eleições.
Entretanto, agora Marçal será obrigado a lidar com as suas próprias contradições e ficará sob total escrutínio da imprensa e de seus adversários.
Na condição de postulante a um lugar no segundo turno, Marçal terá a sua vida revirada pela imprensa e por seus adversários. É necessário ainda se aguardar o que será (ou não) descoberto nessa segunda etapa da campanha.
Além disso, os números do Datafolha ainda não conseguiram detectar o impacto da guerra declarada pelo clã Bolsonaro a Pablo Marçal. Ao longo desta quinta, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais criticar publicamente o influenciador e seus filhos intensificaram o bombardeio ao ex-coach.
Sim, Marçal virou um pesadelo das principais campanhas. Mas a noite ainda não acabou. Muito pelo contrário. Ela está longe de terminar.
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