Silêncio diante do antissemitismo de esquerda é ensurdecedor
O silêncio ensurdecedor diante das manifestações antissemitas de esquerda terá um preço. Vai custar a credibilidade das ações institucionais e sociais contra grupos neonazistas e discurso de ódio...
O silêncio ensurdecedor diante das manifestações antissemitas de esquerda terá um preço. Vai custar a credibilidade das ações institucionais e sociais contra grupos neonazistas e discurso de ódio. A comparação entre as reações a depender do alvo é inevitável.
Pessoas muito próximas ao governo fizeram declarações pesadíssimas. Começa com a história do assessor de deputado que zombou de uma refém do Hamas e postava bandeiras de Israel com uma barata no lugar da estrela de David.
Como ele foi demitido, deram o caso por encerrado. Ocorre que ele foi recebido por Alexandre Padilha e Silvio Almeida. Recentemente, também fez uma live com Paulo Paim e um integrante do grupo terrorista acusado pelo atentado contra a Amia, Associação Mutual Israelita de Buenos Aires. É alguém com bons contatos no Brasil e proximidade com tudo o que existe de extremismo.
Agora, um jornalista próximo ao PT fez uma postagem em que diz o seguinte sobre os ataques terroristas do Hamas: “Relembrando o ditado chinês, nesse momento não importa a cor dos gatos, desde que cacem ratos”.
As comparações serão feitas inevitavelmente. O influencer Monark foi praticamente deletado do mundo por dizer que é favorável à criação de um partido nazista no Brasil, a exemplo do que é feito nos Estados Unidos. Foi praticamente deletado do mundo.
As reações das instituições, sociedade, imprensa e redes sociais foram absolutamente implacáveis e imediatas. Quase faliram toda a empresa do podcast em que ele trabalhava, o Flow. Pessoas eram o tempo todo pressionadas a ordenar que suas entrevistas lá fossem retiradas do ar. Os patrocinadores sumiram.
Legalmente, ele teve de sair de todas as redes sociais. Os perfis são bloqueados. Não pode mais viver do próprio ofício. Teve contas bancárias bloqueadas. Resolveu sair do Brasil porque sentiu sua vida inviabilizada.
Um ministro do governo Bolsonaro fez um pronunciamento cuja estética lembrava a dos pronunciamentos nazistas. Caiu na mesma hora. Um assessor fez um sinal típico de supremacistas brancos, mas que poderia ser confundido com um “OK”. Foi processado pelo Ministério Público e condenado.
Nada parecido ocorreu até agora com os perfis que têm feito sucessivas afirmações antissemitas. Tivemos, por exemplo, a professora que afirmou “foi tarde” diante do anúncio de morte de uma brasileira. Diversos perfis não só apoiam o Hamas como dizem que “matou foi pouco”.
Existe um raciocínio que viciou a esquerda, o de que “não se pode confundir a reação do oprimido com a violência do opressor”. Você pode até concordar com isso; o problema está no salto argumentativo. Toda ação que venha de um oprimido precisa ser aceita e elogiada.
Ultimamente, o oprimido não é mais a pessoa que realmente sofreu opressões. A esquerda identitária tem uma nova definição que prescinde da realidade. Ela própria separa a humanidade em grupos de oprimidos e opressores. Um homem pobre e branco da periferia, por exemplo, jamais será oprimido, mesmo que efetivamente seja.
Como o antiamericanismo é pauta da esquerda, isso passa a ser transferido para a questão de Israel, que é aliada dos EUA. Os palestinos são, portanto, os oprimidos. Na nova moda do poder do vitimismo, o oprimido pode tudo, até decapitar bebês.
Instituições e imprensa são, na maioria das vezes, dominadas pelo pensamento progressista e de esquerda. Estão paralisadas quando veem aparecer na esquerda tudo aquilo que execraram na ala psiquiátrica da direita. É preciso agir urgentemente.
Fechar os olhos ao antissemitismo da esquerda trará descrédito a todas as ações de combate a neonazismo e discurso de ódio. Trabalhos sérios não serão mais vistos assim pela população. Há um risco de que a população enfie tudo no balaio da patrulha política.
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