Dados da inflação oficial podem mexer com as expectativas para os juros no Brasil, na véspera do feriado. Ontem, a curva de juros futuros voltou a precificar a Selic abaixo de 10% ao ano no final do ciclo de cortes, após receios causados com abertura das taxas nos Estados Unidos na semana passada. Hoje, é possível que o mercado interno reaja com mais força ao dado local, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

De acordo com a mediana das expectativas, espera-se uma aceleração do IPCA em setembro, passando de 0,23% em agosto para 0,32%. Na leitura anual, indicador deve apontar alta da pressão sobre os preços de 4,61% no acumulado até agosto, contra 5,25% agora. A divulgação dos números está marcada para 9h, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Nos mercados globais permanece o alívio nas taxas com a busca por refúgio em títulos americanos e com as mensagens recentes do FED (Federal Reserve), indicando que o aperto dos juros por lá pode estar chegando ao fim. O cenário externo também reforça as apostas de que o Banco Central do Brasil pode manter o ritmo de cortes previstos na reunião mais recente do Copom (Comitê de Política Monetária).

Outro fator que contribui para o ambiente mais positivo é a notícia de que a China está preparando um novo pacote de estímulos econômicos visando alcançar a meta de crescimento de 5%.

Hoje, a ata da reunião do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto, na sigla em inglês) será divulgada às 15h e pode trazer mais pistas sobre o futuro da política monetária nos Estados Unidos. Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) será divulgado às 9h30. De qualquer forma, o dado mais esperado pelos investidores está agendado para amanhã: o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) deve mostrar desaceleração da inflação americana e pode reforçar as apostas no fim do ciclo de aumentos das taxas de juros pelo FED.