A insinuação de Jorginho Mello sobre o fechamento de uma barragem em SC
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL; foto), apresentou neste domingo (8) a sua explicação para o conflito com povos indígenas que impediu, momentaneamente, o fechamento da barragem de José Boiteux, na região do Alto Vale, em Santa Catarina...
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL; foto), apresentou neste domingo (8) a sua explicação para o conflito com povos indígenas que impediu, momentaneamente, o fechamento da barragem de José Boiteux, na região do Alto Vale, em Santa Catarina. Para ele, alguns indígenas que “tomaram um trago a mais” tentaram impedir o trabalho do governo.
“Infelizmente teve alguns indígenas que tomaram uns tragos a mais e depois deu confronto lá mas paciência — [a mensagem é] não arredem o pé, temos de fechar a barragem”, disse o governador, em uma live. “Nós temos autorização da Justiça, não estamos cometendo ilegalidade nenhuma”. Não há provas, no entanto, de indígenas que estivessem de fato embriagados no local.
No domingo (8), durante as tempestades que caíram no estado, a barragem de José Boiteux foi considerada chave para evitar o alagamento no Vale do Itajaí. A maior do Estado, a barragem construída nos anos 1970 foi construída, em parte, dentro de uma terra indígena Xokleng, que hoje é o epicentro da tese do marco temporal, julgado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os indígenas alegam que o fechamento das comportas pode causar o alagamento de suas terras.
Após a intermediação da Justiça Federal e do Ministério Público, no domingo à noite, ficou acertado com um dos caciques da região que as comportas seriam fechadas em troca de contrapartidas à comunidade. As exigências eram três barcos para transporte, equipe de saúde 24 horas, fornecimento de água, construção de casas para desabrigados, além de cestas básicas. Porém, no dia do fechamento, policiais entraram em confronto com um grupo de 30 indígenas – o que levou o governador a tratar da questão.
Em represália, os líderes Xokleng passaram a recusar o acordo e disseram que irão devolver as cestas básicas. Apesar disso, as comportas estão fechadas, o que permite a realização de eventos como a tradicional Oktoberfest na cidade de Blumenau. Uma equipe do Ministério dos Povos Indígenas acompanha o caso.
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