Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (9), os estudantes da USP (foto) decidiram manter a greve que já dura três semanas.

Segundo o Estadão, no encontro realizado no vão da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), os alunos alegaram que as suas pautas ainda não foram completamente atendidas pela reitoria, embora tenha havido avanços.

Na semana passada, como publicamos, a USP anunciou a contratação de 148 docentes temporários. Apesar disso, os grevistas afirmam que a reitoria se mostra pouco flexível a outras reivindicações, como o aumento das cotas para professores negros e indígenas e a elevação do valor da bolsa que ajuda alunos de baixa renda a se manterem na universidade.

Os estudantes devem se reunir novamente com a reitoria nesta terça (10), às 14h, e fazer outra assembleia na quarta (11).

Os grevistas ocuparam os prédios da universidade e fizeram piquetes para controlar o acesso —houve até a divulgação de um disk-piquete, ilustrado por uma imagem de um gato segurando um taco de beisebol. Em algumas salas, foram empilhadas cadeiras para impedir a entrada de alunos e professores, e alguns que não apoiam a paralisação disseram ter sido ameaçados.

Mais cedo nesta segunda, mais de 130 professores da FEA (Faculdade de Economia e Administração) divulgaram uma carta contra a greve e pela retomada das aulas. Eles argumentam que o movimento “traz prejuízos não só ao calendário acadêmico atual, mas também às atividades de pesquisa e manutenção da excelência acadêmica desta faculdade, pela qual a FEA-USP é reconhecida internacionalmente”.