Sai a americana, entra a chinesa em Camaçari
A montadora automotiva chinesa BYD assumiu, oficialmente, a planta automotiva da Ford, na cidade baiana de Camaçari, nesta segunda-feira. Uma cerimônia na fábrica lançou a pedra fundamental das atividades, junto ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin...
A montadora automotiva chinesa BYD assumiu, oficialmente, a planta automotiva da Ford, na cidade baiana de Camaçari, nesta segunda-feira. Uma cerimônia na fábrica lançou a pedra fundamental das atividades, junto ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
Os planos da empresa são ambiciosos e incluem fabricar o primeiro carro elétrico abaixo dos R$ 100 mil no país — o Seagull, cujos primeiros exemplares já são vistos circulando pela capital paulista. O modelo, considerado de entrada, é um veículo compacto com tecnologia embarcada similar aos modelos topo de linha da marca e autonomia de 360 quilômetros.
Em entrevista no mês passado, o consultor da montadora Alexandre Baldy indicou que a fábrica, arrendada pelo governo da Bahia e ocupada anteriormente pela Ford, poderá ampliar a participação da empresa no mercado brasileiro: seriam 200 concessionárias até o final do ano que vem, com a capacidade de produzir 150 mil veículos por ano.
Em sua fala na inauguração da planta, o senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que o setor será beneficiado na reforma tributária, enquanto o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), prometeu benefícios indiretos à marca, como a isenção de IPVA a veículos elétricos de até R$ 300 mil. O governador ainda defendeu que a negociação para a entrada da empresa saiu durante a viagem de Lula à China, em abril deste ano, e que a pedra fundamental representa “uma nova Bahia e um novo Brasil.”
A fábrica de Camaçari foi finalmente vendida pela Ford para o governo da Bahia em agosto deste ano, em uma operação que não teve os valores divulgados. A montadora de Detroit, que havia deixado a Bahia — e o país — em 2021, demitiu cinco mil funcionários à época, passando a importar seus veículos de fábricas do México. Após a devolução da instalação ao governo da Bahia, a planta foi rapidamente negociada com a BYD, que agora promete investimentos de R$ 3 bilhões no país.
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