A vida da equipe econômica do governo, que já estava complicada – com a crescente desconfiança sobre a saúde fiscal – promete ficar ainda mais difícil nas próximas semanas. Após os vetos da Presidência da República a pontos das leis do arcabouço fiscal e do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), deputados e senadores prometem travar as pautas econômicas no Congresso Nacional.

De acordo com parlamentares ouvidos por O Antagonista, as alterações propostas pelo governo agora não estavam nas negociações anteriores. Segundo essas pessoas, o Planalto descumpriu acordos quando vetou artigos que teriam sido negociados no Congresso Nacional para a aprovação das matérias.

A insatisfação aumenta a pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fica cada vez mais isolado no governo, sem apoio do parlamento e do mercado financeiro.

Enquanto isso, a equipe econômica tenta sair da sinuca de bico em que se colocou com metas irreais de resultado primário. A aprovação de medidas que auxiliem no aumento das receitas é crucial para que o governo consiga, pelo menos, alcançar um déficit primário no ano que vem menor que o esperado para 2023.