A marca retrógrada de Lula na passagem pela ONU
O Brasil voltou, mas Lula também, diz o Estadão em editorial publicado nesta quinta-feira (21)...
O Brasil voltou, mas Lula também, diz o Estadão em editorial publicado nesta quinta-feira (21).
O jornal diz que o discurso do presidente brasileiro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) “evidenciou a volta da política externa brasileira à irretocável tradição do Itamaraty” após “quatro anos de corrosão e de bestialização da sua política externa sob Jair Bolsonaro”. Mas pondera: “É certo, porém, que o Lula de sempre, impregnado pelo dogmatismo retrógrado do PT, também voltou a dar o ar da graça”.
O editorial elogia os trechos do discurso que demarcaram “o empenho do governo Lula em apresentar o Brasil – e a si próprio, inevitavelmente – como uma liderança diferenciada do chamado “Sul Global” por sua virtuosa opção democrática e de respeito aos direitos humanos”.
“Como nada é perfeito, o Lula atracado no arcaísmo ideológico da esquerda fez-se também presente nas Nações Unidas – seja para agradar à militância petista, seja para refletir convicções de quem ainda vê o mundo sob a ótica sindical”, ressalva o Estadão.
Segundo o texto, “terá sido anotada pelas chancelarias como incongruente a sua defesa do multilateralismo quando, há apenas uma semana, cogitava a retirada do Brasil do Tribunal Penal Internacional (TPI) como meio de oferecer salvo-conduto ao tirano russo Vladimir Putin em eventual visita ao País”.
Para o Estadão, Lula escorregou ao não condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e pela crítica anacrônica ao “neoliberalismo”. “Confirmou ao mundo sua visão distorcida e desatualizada sobre o papel do Estado, sobretudo neste momento em que prepara uma agenda verde de desenvolvimento dependente de investimentos externos. Como não bastasse, a menção deixou implícita sua absolvição à tirania de esquerda consolidada com sua bênção na América Latina”, descreve o editorial.
Apesar dos deslizes de Lula no texto, o jornal considera o balanço do discurso positivo: “Felizmente, as patacoadas de Lula da Silva foram irrelevantes num discurso marcado pelo trabalho da diplomacia responsável do Itamaraty”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)