Pesquisa Pré-Copom do BTG/Pactual divulgada hoje deixa clara a descrença dos agentes econômicos com a política fiscal do governo e com o alcance das metas traçadas pela equipe econômica. O levantamento ouviu participantes do mercado financeiro e mostrou que foi praticamente a zero o número de pessoas que ainda acreditam que o governo Lula conseguirá cumprir a meta de resultado primário do ano que vem.

De acordo com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), o ano de 2024 deve zerar o déficit primário (a diferença entre receitas e despesas, excluído o gasto com o pagamento de juros) do governo. Segundo o Boletim Focus, este ano, esse número deve fechar com o equivalente a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em gastos acima das receitas.

Em agosto, antes da apresentação do orçamento da União, cerca de 20% dos entrevistados no levantamento do BTG/Pactual estavam otimistas com a condução da equipe econômica e acreditavam ser possível zerar o déficit primário no ano que vem. De lá para cá, esse número praticamente caiu a zero. Enquanto isso o grupo dos que não consideravam possível o governo entregar o que estava prometendo em termos de resultado fiscal, passou de 20% para mais de 45% dos entrevistados.

Outra pesquisa, realizada pela Genial/Quest, também divulgada hoje reforça a perda de confiança do mercado financeiro do ministro Fernando Haddad, que até recentemente era considerado um contraponto importante para o equilíbrio na interlocução do setor produtivo com a ala mais radical e intervencionista do PT.