Apesar de todo o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para convencer os agentes econômicos que é possível alcançar a meta de zerar o déficit fiscal primário no ano que vem, como estabelece o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), o mercado simplesmente não parece acreditar.

O Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central com o resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores econômicos, aponta para uma deterioração nas expectativas sobre a saúde fiscal do país. Na edição atual, o relatório registra uma piora no resultados esperado para o ano que vem. De acordo com o levantamento, o déficit primário em 2024 aumentou para 0,73%, contra 0,71% do PIB na semana anterior.

O número, no entanto, ainda não capturou todo o aparente descrédito da estratégia do governo para tentar equilibrar as contas públicas. Se consideradas somente as atualizações dos últimos cinco dias, a expectativa de desequilíbrio aponta para despesas ultrapassando as receitas em uma proporção de 0,90% do PIB. Isso significa que, na opinião de analistas e economistas, não deve haver melhora na situação fiscal no ano que vem.