O número de endividados caiu em agosto, mas a parcela de inadimplentes, aqueles que não conseguem pagar as contas, cresceu e bateu recorde.

O panorama foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nesta terça-feira (5).

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra que a fatia de endividados caiu de 78,1% para 77,4% de julho para agosto, e ficou abaixo de agosto do ano passado (79%). Essa foi a menor parcela desde junho de 2022 (77,3%).

Contudo, a proporção dos endividados que estão inadimplentes ficou em 30% em agosto, maior do que a de julho (29,6%) e do que a de agosto do ano passado (29,6%).

Ao mesmo tempo, a fatia dos inadimplentes foi recorde da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2010. O indicador ficou em 12,7% em agosto — superior à de julho (12,2%) e a de agosto do ano passado (10,8%).

“A queda do endividamento é um sinal positivo de que mais famílias estão conseguindo controlar melhor suas dívidas e ajustar seus orçamentos”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em comunicado.

José Roberto afirma que a taxa de juros elevada e o crédito caro ainda são empecilhos à melhoria da conjuntura financeira.

Em julho, foi lançado o Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal.