Militares apostam no supino de Moraes para distensionar relação
O ministro Alexandre de Moraes frequentou durante cerca de três anos a academia de ginástica do Comando Militar do Planalto. Em novembro do ano passado, em meio à tensão pós-eleitoral, foi informado de que...
O ministro Alexandre de Moraes frequentou durante cerca de três anos a academia de ginástica do Comando Militar do Planalto. Em novembro do ano passado, em meio à tensão pós-eleitoral, foi informado de que a estrutura passaria por reforma. Entendeu o recado e nunca mais voltou. Agora, nos esforços para distensionar as relações de poder em Brasília, o comandante do Exército, Tomás Paiva, convidou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar a malhar entre os militares.
A história é contada em reportagem da Folha de S.Paulo sobre as tensões entre as Forças Armadas e a Polícia Federal. Os militares estariam incomodados não apenas com as operações policiais contra generais e tenentes, como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, mas também com as datas em que as ações ocorreram.
Cid foi preso no dia em que o presidente Lula anunciou que o general Marcos Antonio Amaro assumiria o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — o petista se encontrou com o Alto Comando das forças naquele mesmo 3 de maio. No dia 11 de agosto, quando Lula anunciou o investimento de R$ 53 bilhões do novo PAC para as Forças Armadas, foi a vez da operação contra o pai de Cid, general da reserva Lourena.
Em outra aparente coincidência, as imagens que revelaram o general Gonçalves Dias em meio aos manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto no 8 de janeiro vieram a público no sia 19 de abril, Dia do Exército.
A desconfiança dos militares é reflexo de uma tensão que começou antes mesmo do início do governo, com a disputa pela coordenação da segurança de Lula. A Polícia Federal ganhou a queda de braço, mas, em junho, a coordenação da segurança presidencial voltou formalmente para o GSI. Desde então, Lula é protegido por um esquema híbrido.
Em meio à tensão, o ministro da Defesa, José Múcio, atua para tentar reduzir os atritos. Próximo ao feriado de 7 de Setembro, transformado por Bolsonaro no ápice do estresse entre as autoridades civis e militares, todo esse desconforto fica ainda mais latente.
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