Augusto Aras e o “abuso do fulano” contra um empresário
Os esforços de Augusto Aras para ser reconduzido por Lula ao comando da Procuradoria Geral da República (PGR) sofreram um duro golpe nesta quinta-feira (24). Reportagem do portal Uol revelou um...
Os esforços de Augusto Aras para ser reconduzido por Lula ao comando da Procuradoria Geral da República (PGR) sofreram um duro golpe nesta quinta-feira (24). Reportagem do portal Uol revelou um diálogo que sugere que o procurador-geral agiu para proteger o empresário Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa, de uma investigação da Polícia Federal sobre uma trama para golpe de Estado.
Numa troca de mensagens, Nigri envia a Aras os links de duas notícias: “Exclusivo: Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps” e “Randolfe pede ao STF que PGR avalie prisão de empresários que defenderam golpe”. Na sequência, o empresário questiona: “Que achou?”. Aras responde: “Vou localizar o expediente, pois se trata de mais um abuso do fulano”.
A reportagem do Uol destaca que a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação contra Nigri sem conhecimento da PGR, que tentou anular as provas do caso. A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo apresentou recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), que foi rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Os registros mostram diversas trocas de mensagens entre Aras e Nigri, em tom de amizade e proximidade, sobre temas que vão desde o filme de Danilo Gentili — acusado por apoiadores de Jair Bolsonaro, no ano passado, de fazer apologia da pedofilia — a um pedido de ajuda para declarar Hamas e o Hezbollah como grupos terroristas.
Apenas Nigri e Luciano Hang seguem como investigados no inquérito que apurava os diálogos de um grupo de empresários no WhatsApp, após o Moraes descartar as suspeitas sobre seis outros envolvidos.
Crítico de Aras e de suas pretensões de permanecer à frente da PGR, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse hoje que “sob o comando de Aras, a PGR foi um haras da cavalaria golpista”. Até agora, o procurador-geral, que tem postado mensagens auto-elogiosas nas redes sociais, ainda não comentou o assunto.
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