Entre bater publicamente em seu ministro da Justiça, Flávio Dino, por a Polícia Federal ter ofuscado o lançamento do PAC com a Operação Lucas 12:2, ou bater na Folha de S. Paulo — que revelou um possível azedume do Palácio do Planalto por causa disso — Lula preferiu a segunda opção.

“Não estou nada irritado com Flávio Dino. Pelo contrário, ele tem feito um excelente trabalho”, disse Lula, em post na rede social anteriormente conhecida como Twitter. “Seria o que eu teria dito para a Folha se ela tivesse me perguntado sobre o assunto.”

O jornal diz que a operação — que ocorreu na última sexta-feira (11) e mirou o pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, o advogado de Jair Bolsonaro Frederick Wassef e outros ajudantes do ex-presidente, revelando operações de vendas de relógios e joias dadas como presente à Presidência da República — teria provocado queixas internas de Lula, que viu diminuído o potencial midiático do seu novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) diante da operação policial.

A PF está submetida ao Ministério da Justiça, o que não quer dizer necessariamente que Dino interferiu de alguma forma no andamento Operação Lucas 12:2. De qualquer forma, o relançamento do PAC de fato foi totalmente obscurecido pelo detalhamento da investigação policial sobre o suposto esquema de venda de joias nos Estados Unidos.

Não é a primeira vez que o petista nega informação da imprensa nos últimos dias. Naquela mesma sexta-feira, ele rebateu uma matéria do portal Poder360, que o acusou de contrariar o próprio discurso em uma reunião do G8, ao negociar o fim da necessidade de vistos com o Japão. “Não contraria [o discurso]. O princípio era justamente o da reciprocidade. Na medida que os japoneses dispensaram os brasileiros do visto, fizemos o mesmo”, escreveu. A matéria acabou sendo retirada do ar.