Com aumento dos combustíveis, mercado revisa inflação para 2023
Economistas e analistas começaram a revisar as projeções de inflação para o ano após o anúncio de reajuste do preço dos combustíveis nesta manhã pela Petrobras. As revisões estão levando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2023 de volta para acima dos 5%...
Economistas e analistas começaram a revisar as projeções de inflação para o ano após o anúncio de reajuste do preço dos combustíveis nesta manhã pela Petrobras. As revisões estão levando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2023 de volta para acima dos 5%. Atualmente, a mediana das expectativas coletadas pelo Boletim Focus do Banco Central está em 4,84%.
Para Leonardo Costa, economista da ASA Investments, a magnitude do aumento no diesel e na gasolina foi uma surpresa e leva a projeção de inflação no ano de 4,8% para 5,1%, com impacto nas taxas mensais de agosto e setembro.
A economista-chefe especialista em inflação da Renacença DTVM, Andréa Angelo, estima que o impacto do reajuste da gasolina na bomba deve elevar o preço para os motoristas em 6,32%. O impacto estimado para o IPCA em função da mudanças deve levar as projeções para 5%, contra a estimativa anterior de 4,60% no final deste ano.
A equipe da gestora Oby Capital também elevou o IPCA para o fim do ano para 5%. O número original era 4,82%.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, corrigiu o IPCA do fim do ano de 4,7% para 5%, mas lembra que esse aumento de inflação no fim do ano ajuda o governo a liberar um pouco mais de dinheiro para fazer frente as despesas do ano que vem. Isso porque, de acordo com a nova regra fiscal, o reajuste dos limites de gastos está atrelado ao índice ofical de inflação, mas, exepcionalmente, este ano o segundo semestre também entrará na conta. “Vai dar algo em torno de R$ 7 bi a mais para o governo gastar”, diz.
Corte de juros não deve acelerar
As revisões nas expectativas têm impacto direto na velocidade em que o ciclo de cortes de juros vai evoluir. Apesar da indicação do Comitê de Política Monetária de que novas reduções na Selic ficariam em 50 pontos base, o mercado vem precificando pelo menos um corte de 75 pontos base até o fim do ano.
Atualmente, a curva de juros futuro embute um corte maior entre os três possíveis até o fim de 2023. Após o anúncio do aumento da gasolina e do diesel, essas apostas perderam força e podem desaparecer se os próximos dados econômicos corroborarem um cenário um pouco menos flexível para o afrouxamento da política monetária.
Mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que as revisões para a inflação de 2023 são esperadas porque , embora o diesel tenha impacto direto no IPCA, o preço da gasolina tem efeito direto. A fala do presidente da autoridade monetária ocorreu durante evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, na Câmara dos Deputados.
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