“Enrolaram ela num colchão para pôr fogo”, diz ex-integrante do MST
Ex-integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) relataram violência de lideranças sem-terra durante depoimento à CPI do MST nesta quarta-feira (9). Noemia dos Santos...
Ex-integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) relataram violência de lideranças sem-terra durante depoimento à CPI do MST nesta quarta-feira (9). Noemia dos Santos, assentada de uma fazenda de Goiás, contou a história de dona Maria, que foi enrolada em um colchão ao qual seria ateado fogo.
“Fizeram tanta covardia, mas tanta covardia! Uma senhora lá, dona Maria, que estava junto comigo, eles enrolaram ela num colchão para botar fogo. Ai o que que aconteceu… O sogro dela pediu a eles, implorou para eles e falou: ‘Não faz isso não, ela tem um filho deficiente’. Aí eles soltaram ela, pegaram as coisas dela também e levaram para a margem da rodovia“, contou.
“Enrolaram ela no colchão para botar fogo”, conta Noemia dos Santos, assentada de uma fazenda de Goiás, na CPI do MST. pic.twitter.com/MVvaucx0ee
— O Antagonista (@o_antagonista) August 9, 2023
Um outro depoente, Joviniano Rodrigues, também assentado na mesma fazenda de Noemia, disse que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) morre de medo do MST.
” O Incra não podia fazer nada porque o Incra morria de medo dessa organização. Até hoje o Incra morre de medo!“, contou Joviniano.
O assentado também disse que o MST perdeu a força após denúncia dele à Polícia Federal. “Eles dizem assim: ‘nós temos dez inimigos no Brasil, dez que nos traíram, o número 1 é Joviniano porque nunca ninguém fez com nós na justiça o que ele fez.’”
"O Incra não podia fazer nada, porque morria de medo dessa organização. Até hoje o Incra morre de medo. O MST perdeu força depois dessa denúncia minha”, diz Joviniano Rodrigues, assentado de uma fazenda de Goiás, em depoimento à CPI do MST. pic.twitter.com/QrS77CcI1t
— O Antagonista (@o_antagonista) August 9, 2023
Este é o segundo dia seguido de depoimentos de ex-militantes do MST na CPI. Ontem, Vanuza Souza também reclamou de mau-tratos. A assentada reclamou que nunca teve liberdade de votar em siglas que não o PT e chamou o movimento sem-terra no sul da Bahia de “criminoso”. Ela também reclamou dos deputados da comissão. “Olhei pra cara de vocês e vi a cara de demagogia dos representantes do meu país.”
Depoimento de Rui Costa
A CPI tinha se programado para ouvir hoje o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. A convocação do petista, que é ex-governador da Bahia, foi anulada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Não se demonstrou no requerimento a conexão entre as atribuições do ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST”, disse Lira na decisão.
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