Moraes derruba sigilo da operação que prendeu Silvinei Vasques
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi detido nesta quarta-feira (9) sob a suspeita de tentar interferir na eleição de 2022. Após as diligência da Operação Constituição Cidadã, o...
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi detido nesta quarta-feira (9) sob a suspeita de tentar interferir na eleição de 2022. Após as diligência da Operação Constituição Cidadã, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que a autorizou, retirou o sigilo do processo.
Vasques é suspeito de concentrar operações de fiscalização no Nordeste, em especial na Bahia, no dia da votação do segundo turno, disputado entre Jair Bolsonaro e Lula, com a intenção de prejudicar o petista. Como resultado de sua prisão, a relatora da CPMI do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pretende convocá-lo mais uma vez.
“Realizadas as diligências pendentes e diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas da decisão proferida em 23/7/2023, torno-a pública, juntamente com a representação policial”, decidiu Moraes. Leia o documento.
A representação em que a Polícia Federal pede a Moraes autorização para prender Vasques e realizar buscas e apreensões começa dizendo que as investigações foram iniciadas a partir do depoimento de Clebson Ferreira de Paula Vieira, que atuou como analista de Inteligência da Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública de maio de 2021 a fevereiro de 2023.
“O ponto central dessa reunião é uma ação criminosa: atrapalhar o resultado eleitoral”, diz a senadora @elizianegama, relatora da CPMI do 8 de janeiro, ao defender acareação entre Anderson Torres e o ex-superintendente da PF na Bahia após a prisão de Silvinei Vasques… pic.twitter.com/DsbdjOdIbF
— O Antagonista (@o_antagonista) August 9, 2023
Vieira diz que, logo após o primeiro turno das eleições, recebeu uma orientação da diretora de Inteligência do Ministério, Marília Alencar, um “projeto de painel” com informações do resultado do primeiro turno, “com o objetivo de que o declarante robustecesse as informações, já que uma das especialidades do declarante é análise de dados em geral”, descreve o pedido de prisão.
Ainda segundo o depoimento, “foram realizadas várias análises estatísticas básicas, bem como cruzamentos de dados entre o georreferenciamento das sessões eleitorais com as áreas de domínio de tráfico de drogas do Rio de Janeiro, por exemplo, e análise de correlação entre as abstenções de votos e o número real de eleitores, com base nos dados do TSE”.
“No decorrer das análises, foi solicitado que fossem feitas impressões de listas dos municípios que concentrassem votação superior a 75% para ambos os candidatos” que concorreriam no segundo turno, descreve Vieira, acrescentando que “isso era estranho, por fugir da lógica de análise que estava sendo seguida em outros projetos”.
O depoente diz que, em uma determinada reunião, o painel sobre votos elaborado por ele foi exibido, demonstrando a concentração de eleitores do petista em municípios do Nordeste. O comentário na reunião era de que os votos se justificavam “porque no Nordeste havia muita corrupção e compra de votos, algo relacionado ao ‘coronelismo’”.
A menção ao depoimento termina com Vieira dizendo que “chamou sua atenção pela mídia a operação massiva que a PRF estava fazendo no Nordeste” no dia da votação do segundo turno. O analista diz que a PRF agiu no segundo turno baseada em seus boletins informativos sobre a votação de Lula no primeiro turno.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)