E agora, Silvinei?
Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, foi preso hoje pela manhã por determinação do ministro Alexandre de Moraes por suspeita de ter interferido nas ações da corporação no dia das eleições para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro...
Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, foi preso hoje pela manhã por determinação do ministro Alexandre de Moraes por suspeita de ter interferido nas ações da corporação no dia das eleições para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A PF – hoje sob o controle de Flávio Dino e companhia, diga-se – também cumpriu outros dez mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Todos em endereços ligados a Silvinei.
Não é novidade para ninguém que Silvinei Vasques era um dos principais aliados de Jair Bolsonaro. E Silvinei, assim como Bolsonaro, paga pelo conjunto da obra. Aliado de primeira ordem do ex-presidente, Silvinei fez campanha ao ex-presidente nas eleições do ano passado – postou “vote 22, Bolsonaro presidente”. Um comportamento anômalo, mas longe de ser inédito. Petistas cansaram de fazer isso ao longo das gestões Lula e Dilma. Só não vê quem não quer.
Voltemos aos fatos: Silvinei é acusado de ter direcionado as blitze da PRF para estados onde Lula teria mais votos no segundo turno para tentar desequilibrar o pleito. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, foi alertado sobre isso. E proibiu esse tipo de operação direcionada. Silvinei tentou ignorar. Foi obrigado a recuar após Alexandre de Moraes ameaçar prendê-lo.
Silvinei cometeu outros delitos, é verdade. Foi leniente com o bloqueio de rodovias após as eleições e tentou ludibriar, descaradamente, os parlamentares na CPMI dos atos de 8 de janeiro. Mas uma pergunta se faz necessária: isso justificaria a prisão do ex-PRF? Ainda mais neste momento em que Silvinei não apita mais em absolutamente nada na PRF? Afinal de contas, ele já é alvo de três procedimentos administrativos instaurados pela própria PRF para apurar condutas ilícitas nas eleições.
A PF argumenta no mandado de prisão preventiva que ele teria a capacidade de interferir nos depoimentos de outros servidores. Ora, se ele não influenciou até agora, por qual motivo o faria neste momento?
Após ser alvo de investigações no inquérito do 8 de janeiro e da CPMI, Silvinei virou uma figura nefasta dentro da PRF. Poucos ousam andar ao seu lado ou dividir uma mesa de bar com o ex-diretor-geral do órgão. Ele também foi abandonado pelo núcleo duro do bolsonarismo. Antes aliado de primeira ordem do ex-presidente, hoje ele está absolutamente só.
Sem poder, sem apoio e sem prestígio, restaria a Silvinei uma delação premiada. O governo Lula tentou arrancar uma confissão de Anderson Torres e de Mauro Cid. Esforço em vão. Silvinei é o nome da vez. Mas ele vai sucumbir às tentações? E agora, Silvinei?
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