Caixa censura resposta à imprensa sobre uso político do Auxílio Brasil
A Caixa Econômica Federal, já sob o governo Lula, censurou uma resposta à Controladoria-Geral da União (CGU) e à imprensa sobre o uso político do extinto Auxílio Brasil pela...
A Caixa Econômica Federal, já sob o governo Lula, censurou uma resposta à Controladoria-Geral da União (CGU) e à imprensa sobre o uso político do extinto Auxílio Brasil pela gestão Bolsonaro no ano passado.
O ex-presidente liberou consignado para beneficiários do programa em setembro para tentar ganhar votos nas eleições e suspendeu a medida logo após a derrota.
Neste julho, a CGU ordenou à Caixa o envio de comunicações sobre a liberação do consignado. A resposta veio na semana passada com um documento parcialmente censurado. Algumas páginas estavam completamente sob tarja preta.
A matéria também era alvo de pedido de acesso à informação do Uol.
Apesar da censura, o portal afirma ter acessado os documentos originais.
Segundo o Uol, a Caixa tentou esconder alertas sobre os riscos e o prejuízo da liberação do consignado. Parte da atual gestão já estava no banco no ano passado e tem responsabilidade na abertura daquela linha de crédito.
Dentre os trechos tarjados, estão evidências de dúvidas e pendências sobre “risco imprevisível às instituições financeiras” e a identificação de “perda relevante” para a Caixa ainda em novembro.
Nenhum outro banco, nem mesmo o Banco do Brasil, aderiu a política de consignado para o Auxílio Brasil.
O governo Bolsonaro autorizou consignado de até 40% do valor do benefício antes de ser turbinado pela PEC dos benefícios eleitorais.
Assim, o valor da parcela para o consignado chegava a R$ 160 descontados direto do benefício avaliado em R$ 600 mensais na época.
Esse limite foi considerado predatória por críticos. A controvérsia levou o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) a pedir à corte que suspendesse a linha de crédito.
O TCU ordenou a suspensão imediata ainda no final de outubro.
O governo federal, entretanto, só cumpriu a determinação no início de novembro, dias após a derrota de Bolsonaro nas urnas.
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