Um grupo de dez parlamentares de esquerda entrou na sexta-feira (4) com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o deputado federal Ricardo Salles (foto) por suas falas durante a CPI do MST. Os deputados pedem que ele seja investigado por “apologia à ditadura militar”.

Na última terça-feira, Salles, que é relator da CPI, questionou o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI do governo Lula, se ele considerava o golpe de 1964 positivo ou negativo.

O questionamento tumultuou os trabalhos da CPI. O general chegou a se referir ao golpe como “movimento de 64”, em seguida afirmou que o tema “não é objeto da comissão”.

Salles disse que o Exército brasileiro “sempre se orgulhou da importante medida de 31 de março de 64”.

“Se não fosse o 31 de março de 64, chegaríamos mais rapidamente onde alguns querem chegar nesse momento. Me soa estranho para não dizer traição aos seus colegas de caserna o senhor não dizer que 64 foi uma boa medida”, afirmou.

Na representação encaminhada à PGR, deputados do PT, PCdoB e PSOL afirmam que a “postura lamentável e indecorosa” de Ricardo Salles “realizou de forma injustificável a defesa e apologia do regime de exceção que vigorou entre os anos de 1964 a 1985 no país”.