Marcio Pochmann é um insulto
A indicação de Marcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) "foi um insulto do presidente Lula da Silva à instituição", diz o 'Estadão' em editorial desta sexta-feira (28). Ontem...
A indicação de Marcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “foi um insulto do presidente Lula da Silva à instituição”, diz o Estadão em editorial desta sexta-feira (28). Ontem, o economista Edmar Bacha, que presidiu o IBGE, havia classificado a indicação como uma ofensa.
O jornal explica: “Primeiro – e mais grave – por se tratar de indicação exclusivamente política de um quadro do PT para um órgão essencialmente técnico, ignorando o compromisso que o próprio Lula, emocionado, assumiu ao tomar posse; segundo, por apartar do processo de escolha o Ministério do Planejamento, ao qual o instituto é vinculado. E tudo isso coroa uma inaceitável interinidade de quase oito meses no comando do IBGE, algo particularmente grave em ano de divulgação do Censo Demográfico”.
O editorial lembra o desconforto causado pela passagem de Pochamnn pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nomeado em 2007 também por Lula, ele comandou a instituição por cinco anos. “Dizendo que o Ipea não era operador do mercado financeiro, Pochmann suspendeu a divulgação trimestral do Boletim de Conjuntura, com projeções das principais variáveis macroeconômicas, muitas vezes desfavoráveis ao governo”, lembra o Estadão.
“Mas a maior polêmica de sua gestão foi um concurso para a contratação de 62 pesquisadores cujo conteúdo foi duramente criticado pelo forte direcionamento político”, destaca o jornal. “Funcionários fizeram, na época, carta aberta em protesto. A direção do Ipea alegou que pretendia mudar o perfil de sua equipe de pesquisa. Funcionários reclamavam de aparelhamento político e da orientação de estudos que respaldassem políticas de governo. O papel do instituto é exatamente o oposto: promover, de forma às vezes contrária às práticas e convicções do governo vigente, estudos que possam orientar políticas públicas”, segue o texto.
O Estadão finaliza dizendo que “o nível de excelência técnica é uma marca do IBGE; e a imparcialidade, um compromisso inquebrantável – tanto que, na divulgação das pesquisas, técnicos e coordenadores se negam a fazer ilações, estimativas ou qualquer tipo de análise que ultrapasse o limite do que mostram os dados”. “Por ora, não há razão para duvidar que tudo continuará assim. Mas melhor mesmo seria se o IBGE remunerasse o sr. Pochmann para ficar em casa”, arremata o texto.
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