Anne Dias na Crusoé: Folga para funcionários públicos não é a solução para o futebol feminino
Nesta quinta-feira, 20 de julho, teve início a Copa do Mundo de Futebol Feminino. Em meio a uma cultura que nutre uma paixão inegável pelo esporte, é fato...
Nesta quinta-feira, 20 de julho, teve início a Copa do Mundo de Futebol Feminino. Em meio a uma cultura que nutre uma paixão inegável pelo esporte, é fato conhecido que o futebol feminino ainda não desfruta da mesma popularidade que o futebol masculino. Enquanto buscamos promover a igualdade de gênero e proporcionar mais espaço para a atuação feminina em todos os setores da sociedade, surge uma importante pergunta: como enfrentar esse desafio? Certamente, conceder folgas a funcionários públicos para supostamente assistirem às partidas não é a resposta.
Funcionários públicos federais, estaduais e municipais, de lugares como Goiânia e o Distrito Federal, aderiram a uma espécie de ponto facultativo nos dias de jogos da seleção feminina. Alguns órgãos nem sequer vão cobrar reposição de trabalho. A medida também aconteceu em algumas assembleias legislativas, como no caso do Paraná. A justificativa é incentivar que a população assista aos jogos femininos através da folga para funcionários públicos. Mas será que os funcionários realmente assistirão aos jogos? Ainda que a resposta fosse sim, definitivamente essa alternativa não é a solução.
No Brasil sofremos de uma grave doença: a falta de valorização do dinheiro público. Há a crença de que a fonte de financiamento é inesgotável, o que leva o governo a conceder folgas a milhares de funcionários em dias de jogos, mesmo que muitos nem sequer pretendam assisti-los. De acordo com o economista Milton Friedman, essa é a pior forma de gastar dinheiro, quando alguém que não é o verdadeiro proprietário dos recursos, utiliza-os em benefício de outra pessoa.
Agora, adentramos na iniciativa privada. Terá ponto facultativo para as caixas de supermercado? E para os funcionários de lojas de varejo? E para os trabalhadores da indústria? Quando se trata do setor público, em que não há pressão de clientes ou do mercado para manter plena atividade, não se pensa no prejuízo em afastar milhares de funcionários na tentativa de incentivar algo que é meramente cultural. Já a iniciativa privada funciona de acordo com a demanda da sociedade, e se ainda não há demanda para paralisação de atividades para, assim, apreciar as partidas, nem sequer se questiona a dispensa de funcionários.
Se queremos mais destaque no futebol feminino, precisamos…
Leia mais: Assine a Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)