O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga (foto) alrta que “seria catastrófico” mudar a meta de inflação. O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne amanhã (29) com essa perspectiva no horizonte, na expectativa de antecipar a redução na taxa básica de juros.

“O Brasil ainda estar caminhando em direção à meta, apesar de ser com um certo sacrifício, é bastante impressionante e não deve ser desperdiçado. Já que se fez esse esforço, ao meu ver correto, mexer na meta agora seria suicida”, disse Armínio à Folha.

“Estou torcendo muito para que o Conselho Monetário Nacional mantenha os 3% e já declare que essa é a meta para um horizonte aberto”. disse o economista. Segundo ele, “o BC deixou muito claro que os horizontes dele já migraram para o ano que vem e podem justificar uma trajetória talvez um pouco mais longa [de convergência]“. “Não vejo razão para alterar meta alguma”, completou.

Armínio, que declarou voto em Lula no segundo turno da eleição do ano passado, disse que mudar a meta “traria uma enorme incerteza, seria uma sinalização muito ruim”. E acrescentou que “outro tiro no pé seria expandir em demasia os empréstimos dos bancos públicos, como foi feito no passado”.