André Marsiglia na Crusoé: “Toca Raul!”
Como no Brasil ninguém lê nada, quando muito, ouvem-se canções, não demora e os leitores começarão a me dizer: cita Raul, cita Raul!...
Como no Brasil ninguém lê nada, quando muito, ouvem-se canções, não demora e os leitores começarão a me dizer: cita Raul, cita Raul! Me adiantarei a eles e o farei espontaneamente, de bom grado. Há uma ótima canção chamada Tá na Hora que, em determinado momento, diz: “E enquanto eu vou pra frente/Toda minha vida atrasa”.
Que versos proféticos. Resumem o Brasil atual de cabo a rabo. A rabo, principalmente. Deveriam ser enfiados no centro de nossa bandeira, no lugar do enfadonho e muito mentiroso “ordem e progresso”. Afinal, cumprimos as ordens de todos os malandros que nos mandaram e desmandaram até hoje e, até agora, nada de progresso.
Vejam só em que pé está o avanço do nosso retrocesso: nos disseram para votar nos políticos do amor, plantar as sementes do bem em nosso discurso e, claro, apoiar os juízes e tribunais que nos contaram empunhar a bandeira da democracia. Mas vejam só o ardil. Da missa, nos contaram a metade. Os políticos do amor querem se deleitar com a vingança, a semente do bem do discurso tem uma letra miúda relevante, que é a de ser necessário odiar mortalmente aquele que pensa diferente, e os juízes empunham a bandeira democrática, mas sob a condição de que valha apenas a sua própria visão do que é a democracia – do contrário, não apenas deixam de empunhar a bandeira, como dão com o mastro em nossas plebeias cabeças ocas.
Tudo isso me lembra uma…
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