Crusoé: “Extrema direita, tem certeza?”
Na Crusoé desta semana, Diogo Schelp afirma que a expressão “extrema-direita” vem cumprindo o papel que a palavra “neoliberalismo” desempenhava alguns anos atrás, o de rotular tudo o que a esquerda considera ruim...
Na Crusoé desta semana, Diogo Schelp afirma que a expressão “extrema-direita” vem cumprindo o papel que a palavra “neoliberalismo” desempenhava alguns anos atrás, o de rotular tudo o que a esquerda considera ruim. Leia um trecho abaixo:
“Se formos levar ao pé da letra as manchetes na imprensa brasileira a respeito da recente eleição para os representantes que vão escrever uma nova Constituição para o Chile, o eleitorado do país deu uma guinada para o fascismo menos de dois anos depois de ter optado pelo presidente mais à esquerda que já ocupou o Palácio da Moeda desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990.”
“O Partido Republicano chileno, que conquistou 45% das cadeiras do Conselho Constituinte, é tachado nos títulos das notícias quase sempre como sendo de extrema direta, classificação que vem sendo atribuída com a mesma liberalidade ao partido Chega!, de Portugal, ao Vox, da Espanha, à Frente Nacional, da França, ao AfD, da Alemanha, à ala trumpista do Partido Republicano e ao bolsonarismo, no Brasil.”
“‘Extrema direita’ vem cumprindo o papel que a expressão ‘neoliberalismo’ desempenhava alguns anos atrás, o de rotular ou explicar tudo o que a esquerda considera ruim: da austeridade econômica à guerra às drogas, da epidemia de obesidade ao cinema de Hollywood. Como observou o historiador mexicano Mauricio Tenorio-Trillo, ‘neoliberalismo é um conceito explicativo todo-poderoso, dotado de uma forte e negativa carga ética por meio de uma bombástica falta de especificidade’. Ou seja, é um termo tão banalizado que se tornou vazio de significado.”
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