Diretor do BC, sobre indicados por Haddad: “Espero um debate profundo e técnico”
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen (foto), comentou as indicações feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para a autarquia...
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen (foto), comentou as indicações feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para a autarquia. Como mostramos, o governo Lula (PT) escolheu Gabriel Galípolo para o cargo de diretor de Política Monetária — hoje também ocupado por Guillen interinamente — e Aquino dos Santos para o posto de diretor de Fiscalização. Os nomes ainda serão analisados pelo Senado.
Ao ser questionado pelo jornal O Globo sobre possíveis divergências ideológicas com os indicados, Guillen afirmou que espera um “debate profundo e técnico” com eles.
“O debate da diretoria é muito técnico. Um debate muito embasado no trabalho dos servidores daqui. Tem essa personificação do Copom, mas a opinião dos diretores é muito embasada pela análise dos departamentos, seja a discussão de crédito, da dinâmica inflacionária. Eu espero um debate profundo e técnico (com Galípolo) como a gente tem atualmente (entre as diretorias)”, disse o diretor.
“A relação que tenho, tanto com o secretário-executivo quanto com o Ailton (Ailton Aquino dos Santos, para a diretoria de Fiscalização), é boa. É um processo descrito na Lei de Autonomia, prerrogativa do presidente, indicação de dois nomes. Está conforme o rito“, acrescentou.
Ainda na entrevista Guillen, que é responsável pela elaboração das atas do Copom, afirmou que é preciso “paciência e serenidade” antes do início do corte dos juros. O governo tem criticado publicamente o BC por causa da Selic, que está em 13,75% ao ano.
“A forma como temos descrito o processo desinflacionário é em dois estágios. O primeiro estágio, que aconteceu, digamos, no fim do ano passado e início deste ano, era o mais fácil. Ele é mais concentrado em itens administrados e fora do núcleo de inflação. O segundo é esse em que você vai atingir a inflação de serviços e os núcleos de inflação”, afirmou o economista.
“Estamos neste segundo estágio. O processo de desinflação é mais lento, por isso exige paciência e serenidade. A política monetária deve ficar restritiva”, concluiu.
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