Diversas autoridades ucranianas usaram as redes sociais para afirmar que o país não desistirá da Crimeia – anexada ao território russo em 2014 – em troca do fim da guerra. As manifestações foram feitas depois de o presidente Lula sugerir que, para acabar com a guerra, a Ucrânia ceda a península para a Rússia.

“Não há razão legal, política ou moral que justifique o abandono de sequer um centímetro do território ucraniano”, escreveu o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, em publicação no Facebook.

Na publicação, ele afirmou apreciar “os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma forma de deter a agressão russa”.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também reafirmou que não irá negociar a Crimeia com Vladimir Putin. Da mesma maneira, o diplomata ucraniano aposentado Olexander Scherba rebateu o presidente Lula e questionou:

​​“O presidente do Brasil, Lula da Silva, disse que ‘Zelensky não pode querer tudo!’ Defina ‘tudo’, por favor! A soberania da Ucrânia sobre sua própria terra? Você aplicaria esse princípio a si mesmo?”.

Na quinta, durante um café da manhã com jornalistas, o petista afirmou que o conflito “já passou da conta” e que Moscou não pode ficar com o terreno ucraniano. Lula também defendeu que a Ucrânia, que foi invadida, faça concessões a Putin.

“[Vladimir] Putin não pode ficar com terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo, vai ter que repensar”, afirmou, acrescentando que “Zelensky não pode também ter tudo o que ele pensa que vai querer”.

O tema deve ser abordado por Lula na semana que vem durante reunião com o presidente da China, Xi Jinping.