Felippe Hermes na Crusoé: “O país dos juros altos”
Foi em novembro de 1989 que um título de membro do Koganei Golf Club, nos arredores de Tóquio, atingiu o seu pico em valor de mercado: US$ 3,09 milhões, o equivalente hoje a US$ 7,49 milhões (R$ 39 milhões), apenas para se tornar membro do clube...
Foi em novembro de 1989 que um título de membro do Koganei Golf Club, nos arredores de Tóquio, atingiu o seu pico em valor de mercado: US$ 3,09 milhões, o equivalente hoje a US$ 7,49 milhões (R$ 39 milhões), apenas para se tornar membro do clube.
Os títulos de clubes japoneses de elite são, ainda hoje, um dos exemplos mais vistosos quando o assunto são bolhas especulativas. Dada a escassez de terra no Japão, o mercado imobiliário local viveu um frenesi nos anos 80, conforme o país enriquecia, criando causos surrealistas.
Diz-se que os quatro hectares que compõem o terreno do palácio imperial japonês, chegaram a valer US$ 2 trilhões, ou o mesmo que todos os imóveis da Califórnia. Os títulos de membro dos clubes de elite, que passaram a ser negociados em bolsa, chegaram a valer US$ 153 bilhões no pico, o equivalente a 70% do PIB brasileiro na época.
O colapso da economia japonesa, porém, acabou sendo seguido de um caso sui generis, com um país rico que entrou em uma crise constante, com crescimento nulo, mas preservando seu status e riqueza.
Dados do agora falecido Credit Suisse apontam que os japoneses possuem uma riqueza somada de US$ 25,9 trilhões, ou o equivalente a seis vezes o seu PIB (sendo PIB a riqueza produzida ao longo de um ano).
Essa capacidade de preservar riqueza é o que colabora para o Japão, além de outros países ricos, conviver com situações que, se aplicadas ao Brasil, teriam resultados diametralmente opostos…
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