O BCB (Banco Central do Brasil) e o FED (Federal Reserve) vão decidir nesta quarta-feira se há na política monetária preocupação mais importante que o combate à inflação. Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova Selic às 18h30. A expectativa do mercado é de manutenção da taxa em 13,75% a.a., apesar das críticas renovadas ontem por Lula e Haddad de que o patamar atual dos juros está colocando o Brasil em rota de recessão.

Nos Estados Unidos, o Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto, o equivalente americano ao Copom) deve decidir se avança no ciclo de alta de juros com mais um aumento de 0,25 p.p. – como esperado pelo mercado – ou faz um pausa para reavaliação das condições econômicas com a crise de confiança no sistema bancário. O FED anuncia a nova taxa às 15h.

Os comunicados posteriores à divulgação dos novos números também serão analisados com cuidado por operadores de mercado. No Brasil, espera-se que a autoridade monetária indique de alguma forma que há possibilidade de se iniciar a redução na Selic nos próximos meses, ou em função de uma pressão sobre a mercado de crédito ou de melhora nas perspectivas fiscais. Nos Estados Unidos, os investidores devem procurar pistas sobre o fim do ciclo de alta.

Fora isso, o mercado deve continuar a repercutir a entrevista de Lula durante o dia de ontem e boatos sobre a indicação de dois novos diretores para o Banco Central. Ainda sem confirmação oficial, circulam como aceitos por Lula os nomes de Rodolfo Fróes para a Diretoria de Política Monetária, no lugar de Bruno Serra, e de Rodrigo Monteiro, para a Diretoria de Fiscalização, em substituição a Paulo Souza.

Ambos os nomes teriam sido apresentados por Haddad. Fróes tem passagem pelo mercado financeiro e trabalhou no Banco Fator, onde esteve ao lado do atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo. Monteiro é servidor de carreira do Banco Central e atual chefe-adjunto do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias da autarquia.