Crusoé: “A democracia brasileira precisa deitar no divã”
"Concordo que a democracia não é feita de prédios modernistas ou cadeiras enfileiradas em um auditório, mas de valores que, mesmo quando depredados, não quebram", diz André Marsiglia, na Crusoé desta semana...
“Concordo que a democracia não é feita de prédios modernistas ou cadeiras enfileiradas em um auditório, mas de valores que, mesmo quando depredados, não quebram”, diz André Marsiglia, na Crusoé desta semana.
“No entanto, ao contrário do que pensam as autoridades, não é por serem rígidos e inabaláveis que os valores não quebram, mas por serem flexíveis: envergam e retornam sempre ao lugar. Exatamente por isso, é triste acreditar que os ataques do dia 8 de janeiro foram capazes de assustar tanto e causar uma comoção institucional que dura até hoje.”
“Quando o Código Penal prescreve: ‘Matar alguém: pena – reclusão, de seis a vinte anos’, está pressupondo que o assassinato não apavore nosso sistema. Quando um assassinato é cometido, lamenta-se, mas o Estado não é posto em alerta. Com a mesma naturalidade, deveríamos tratar os baderneiros. Se um assassinato não ameaça o Estado, pois, por pior que seja, lidar com ele está contido no sistema, ataques contra símbolos do Estado, pela mesma razão, não deveriam causar o alvoroço amedrontado que causaram no país. A democracia nunca esteve em risco, mas o pânico geral é um sintoma e tanto.”
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