A Rússia começou a analisar a proposta de Lula sobre a criação de um grupo para negociar o fim da guerra na Ucrânia. O anúncio foi feito pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa Tass.

“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [da guerra] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos. Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação in loco”, disse ele.

Galuzin também elogiou o Brasil por não ter fornecido armas à Ucrânia, mesmo após a pressão de outros países que são contrários à ofensiva de Vladimir Putin (foto).

“Gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev. Ao mesmo tempo, podemos ver como Washington está pressionando o Brasil. Essa postura soberana merece respeito”, afirmou o vice-ministro.

O vice-chanceler também afirmou que, para a Rússia negociar, uma das condições é que os ucranianos “parem de bombardear cidades russas” —as cidades ucranianas que as tropas de Putin invadiram— e que o governo de Volodymyr Zelensky aceite a “nova realidade geopolítica”, ou seja, o domínio dos russos sobre as áreas que querem anexar.

Como mostramos, Lula quer reunir países que não estão diretamente envolvidos no conflito, como Índia e China, por exemplo. A guerra completará um ano amanhã.